Audiência pública com Luiz Marinho vai debater trabalho escravo no RS nesta segunda
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que virá ao Rio Grande do Sul no início da próxima semana, confirmou participação na audiência pública “Trabalho decente, sim! Trabalho escravo, não!”, da Comissão de Economia da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (20), às 18h30, no Teatro Dante Barone, no centro de Porto Alegre.
A iniciativa é do deputado estadual Miguel Rossetto (PT), que já convidou a CUT-RS e centrais sindicais, autoridades, parlamentares e empresários, dentre outros.
De acordo com a assessoria de ministro, o principal motivo da vinda é debater medidas e ações eficazes que impeçam novos casos de trabalho análogo à escravidão.
Houve o resgate, em 22 de fevereiro, de 207 trabalhadores na colheita da safra da uva em Bento Gonçalves, na Serra, e o resgate, em 10 de março, de 82 trabalhadores, incluindo 11 adolescentes de 14 a 17 anos, em duas fazendas de arroz, em Uruguaiana, na Fronteira Oeste.
Em todo o Estado já são até agora 291 resgatados em 2023, número que está perto do dobro dos 156 resgatados no ano passado, que já havia representado um triste e lamentável recorde.
“Precisamos dar um basta nisso”
“Vamos dialogar para chegarmos a um acordo para evitar que essa situação volte a se repetir. Acredito que esse tipo de fato não interessa a ninguém. É inadmissível que ainda aconteçam situações como as registradas recentemente, não só no Rio Grande, mas em várias partes do país. Precisamos dar um basta nisso”, afirmou Marinho à reportagem de GZH.
O ministro ficará dois dias no Estado e a agenda de reuniões em Porto Alegre e no Interior ainda está em construção. Ele vai se reunir também com o governador Eduardo Leite (PSDB), para quem já telefonou, a fim de agendar o encontro, que deve ocorrer na tarde de terça-feira (21).
Queremos trabalho decente
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, considera muito importante a visita do ministro. “Queremos debater com Marinho a nossa luta contra o trabalho análogo à escravidão, agravado pela precarização, a terceirização irrestrita, o desmonte das estruturas de fiscalização das condições de trabalho após o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e a reforma trabalhista aprovada no governo ilegítimo de Michel Temer (MDB)”, afirma o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
O dirigente lembra que o tema esteve em pauta no seminário “Trabalho decente, sim! Trabalho Escravo, não!”, realizado na última sexta-feira (10), na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, onde as centrais sindicais apresentaram um manifesto com medidas concretas de combate ao trabalho escravo. “Nós defendemos trabalho decente com respeito aos direitos humanos, trabalhistas e sociais”, destaca.
“Chamamos os trabalhadores e as trabalhadoras do campo e da cidade a participar desta importante audiência pública e manifestar o nosso compromisso de luta para erradicar todo e qualquer tipo de trabalho escravo e garantir condições dignas de emprego e renda para a classe trabalhadora”, ressalta Amarildo.
Fonte: CUT-RS
Foto: Divulgação