Comunicação: pela primeira vez tema é debatido em conferência do Congresso
A quinta conferência temática do 11º Congresso da CNM/CUT “Reconstruir o Brasil de forma sustentável e humanizada com trabalho decente, soberania, renda e direitos” tratou de Comunicação. O encontro virtual via plataforma Zoom ocorreu na tarde da quinta-feira (4). Foi a primeira vez que o tema teve uma conferência durante um Congresso da entidade.
O secretário de Comunicação da CNM/CUT, Heraldo da Silva Ferreira, agradeceu a diretoria da entidade pelo apoio dado ao projeto de comunicação nos últimos anos e reforçou o desejo de aperfeiçoar o trabalho já feito, para que a comunicação da CNM/CUT alcance públicos maiores e produza mais diferença nas lutas e enfrentamentos do dia a dia.
Heraldo conduziu os debates do encontro, junto com o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres (Paulão), e o secretário-geral da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira.
Paulão ressaltou a importância da conferência, principalmente na batalha política nas redes sociais, evidenciada nos últimos dias na votação do projeto de lei das fake news no Congresso Nacional.
Loricardo enfatizou o desafio que é a comunicação nas redes sociais, e de levar a mensagem da entidade ao chão de fábrica. Reforçou que é preciso fazer comunicação com emoção e entender a linguagem dos trabalhadores na hora de se comunicar.
Também participaram da atividade, o vice-presidente da TVT, Paulo Salvador, a Secretária-Geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Neiva Ribeiro, o sociólogo, Sérgio Amadeu, o mestre em comunicação sindical, Ricardo Andrade, e o secretário de comunicação da CUT, Admirson Ferro Junior (Greg).
Dirigentes precisam se envolver
Neiva Ribeiro fez um histórico da comunicação no Sindicato dos Bancários de São Paulo e alertou os sindicalistas para a falta de escuta do movimento sindical para as redes sociais e a armadilha do discurso hermético, que dificulta a comunicação com o trabalhador. Para a dirigente, os sindicalistas precisam se conscientizar da importância da comunicação na disputa política por corações e mentes, pois as ferramentas para produção e disseminação de conteúdo existem, falta é ativar e aprimorar os processos.
Sérgio Amadeu desafiou o movimento sindical a sair da alienação tecnológica ao falar que existe uma tendência em delegar as ações nesse campo às grandes empresas de tecnologia. Para ele, os dados dos trabalhadores precisam ser melhor tratados pelos sindicatos e não podem ficar nas mãos das big techs. É preciso construir estruturas para guardar e tratar esses dados.
Paulo Salvador trouxe a experiência da TVT, a TV dos Trabalhadores, que possui estreita relação com o movimento sindical. Ele lembrou episódios em que a emissora conseguiu vitórias importantes na batalha da comunicação diária e se mostrou aberto à troca de ideias com os sindicatos.
Ricardo Andrade mostrou uma pesquisa que fez com a mídia sindical de algumas entidades mostrando como elas atuam na estruturação de seus projetos de comunicação. Ele identificou que as entidades que profissionalizaram suas estruturas e montaram equipes multidisciplinares conseguiram mais sucesso na comunicação com o trabalhador.
Além disso, Ricardo mostrou a possibilidade de novos caminhos de comunicação nas redes sociais, com uso de sindicalistas influenciadores, de influenciadores progressistas mais famosos, e a importância da renovação da linguagem para se comunicar com o trabalhador.
Fonte: CNM/CUT
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