Em Porto Alegre, ex-ministro dos governos Lula e Dilma critica Reforma da Previdência

Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região estiveram presente no seminário

 

O ex-ministro da Previdência Social Carlos Gabas foi o palestrante do Seminário Diga não à Reforma da Previdência, promovido pelas entidades de trabalhadores que integram o Macrossetor da Indústria do RS, na manhã de ontem (13), na sede do Sindipolo, em Porto Alegre.

 

O encontro reuniu dirigentes sindicais cutistas dos setores metalúrgico, químico, têxtil, calçados e alimentação para debater formas de resistência à Reforma da Previdência proposta pelo governo Federal.

 

Gabas, funcionário de carreira da Previdência, integrou a pasta durante os governos Lula e Dilma. Com a visão de quem conhece profundamente o sistema de seguridade social brasileiro, o ex-ministro alertou que a proposta de reforma é mais uma etapa do golpe da elite e que os trabalhadores não podem permitir de forma alguma que ela seja aprovada. Ele reconheceu que de fato é preciso discutir formas de financiamento da Previdência, mas salientou que o debate não foi feito ainda com a sociedade.

 

"Sou contra a idade mínima, pois vivemos em um país que ainda é extremamente desigual" ressalta. Para ele, a idade mínima igual para homens e mulheres é inviável, uma vez que as mulheres além de exercerem múltiplas jornadas de trabalho, de acordo com pesquisa do Dieese, durante sua vida laboral ficam em média 10 anos desempregadas, enquanto os homens 7 anos.

 

O projeto proposto pela PEC 287 tem caráter extremamente individualista, protegendo o capital privado e atacando o modelo de previdência solidário em vigor no país. De acordo com o ex-ministro, o Brasil possui um sistema de previdência que contempla as particularidades de uma nação continental como a nossa. É preciso repensar as formas de sustentabilidade da previdência, atentando para as mudanças no mundo do trabalho, para questões demográficas como envelhecimento da população e redução da taxa de natalidade, sem no entanto, perder o caráter social a que se destina.

 

"O centro da discussão é qual o grau de proteção nós temos que dar para a sociedade. O foco não é econômico, e sim social", alerta. A partir do social deve-se buscar a forma de custeio da previdência para que a população que mais precisa não fique sem proteção.

 

Outro ponto destacado no debate foi a questão das isenções e das dívidas das empresas com a Previdência Social. Antes de cortar direitos e benefícios, o governo deve cobrar esta conta.

 

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação FTMRS

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