Lançamento do Comitê Sindical e Popular contra a Reforma da Previdência fortalece luta contra o golpe
Representantes de diversas entidades sindicais e sociais, juntamente com vereadores da região e deputados estaduais lançaram o Comitê Sindical e Popular contra a Reforma da Previdência na noite desta quarta-feira (22), em São Leopoldo. A cerimônia aconteceu na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região e foi marcada por manifestações de repúdio à PEC 287/2016.
Durante o ato, os participantes alertaram que o governo tenta votar a toque de caixa a Reforma que irá inviabilizar aposentadorias, afastar contribuintes e piorar o sistema público para favorecer o privado. E enfatizaram que o ataque é contra todos os trabalhadores, rurais e urbanos, servidores públicos e da iniciativa privada.
“É uma honra sediar esse ato, pois temos a chance de lutar e barrar essa Reforma, se não nenhum trabalhador vai se aposentar”, declarou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região, Valmir Lodi. De acordo com ele, o Comitê servirá para organizar a luta dos próximos dois meses.
Para o deputado estadual, Nelsinho Metalúrgico (PT), este é um momento importante da luta sindical. “Achavam que o impeachment era pra tirar a Dilma e acabar com a corrupção. Essa Reforma, junto com outros ataques, materializa o golpe contra o povo, que tanto alertávamos, Por isso, o Comitê tem um papel fundamental junto à sociedade”, afirmou.
Chamando atenção para as consequências se a PEC for aprovada, o parlamentar disse que São Leopoldo tem 45 mil aposentados, o que representa 700 milhões na economia da cidade. Enquanto a arrecadação do município é menor de 200 milhões. “Imagina o grau de miserabilidade que teremos daqui alguns anos”, alertou.
Unidade com os vereadores
Já a vereadora de Sapucaia do Sul, Raquel do Posto (PT), destacou a rapidez do cronograma da tramitação dos projetos neoliberais do presidente ilegítimo e golpista Michel Temer (PMDB). “É uma afronta, pois eles querem acabar com os nossos direitos e a nossa aposentadoria”, declarou. Raquel também citou as ações do legislativo de Sapucaia para barrar a reforma da previdência.
O vereador de São Leopoldo, Dudu Moraes (PT), também relatou as atividades da Câmara do município. Segundo ele, “o comitê é muito importante para o debate massivo com a sociedade. Pois só assim, esse retrocesso será barrado.”
“Essa agenda é estratégica para impedir a Reforma”, acredita a vereadora de São Leopoldo, Ana Affonso (PT), alertando que “a sociedade precisa entender que o golpe é contra os trabalhadores”. Ana convocou os presentes a se somarem nas atividades do Dia Internacional das Mulheres e sublinhou como a Reforma da Previdência é ainda mais nefasta com as mulheres. “Ao estipular a idade mínima de 65 para homens e mulheres, eles desconsideram todos os anos que nos trabalhamos na informalidade e a nossa jornada dupla e muitas vezes, tripla”, enfatizou.
Defendendo a unidade e a ampliação do Comitê, o vereador de São Leopoldo, Fabiano Haubert (PDT) afirmou que “só unidos vamos derrotar essas reformas”. A bancada do PDT também assinou a moção de repúdio à Reforma da Previdência da Câmara do município.
Desafio de reencantar a sociedade
O deputado estadual Altemir Tortelli (PT), que preside a Frente Parlamentar Gaúcha em Defesa da Previdência Social Rural e Urbana alertou que “esse é um dos maiores desafios das nossas vidas”. Tortelli apresentou inúmeros dados e matérias, demonstrando que “já temos subsídios para desmontar os mitos da Reforma”.
Ele citou o famoso déficit, que não existe, e o modelo de sustentação da Previdência que integra o sistema da Seguridade Social. “Acredito que vamos resistir e derrotar a Reforma se os deputados saberem que vão perder votos nas próximas eleições”, avaliou, ao falar do lançamento da Frente Gaúcha em Defesa da Previdência Pública, na Assembleia Legislativa, nesta sexta.
O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), defendeu a necessidade “de termos a dimensão do nosso desafio e da nossa força”. Para ele, os golpistas são descarados e exemplificou com a indicação do Alexandre Moraes ao Supremo Tribunal Federal e o desmonte das políticas públicas conquistadas na última década.
“Nossa missão é reencantar a sociedade. Temos que denunciar o golpe por onde passarmos. Contem comigo e vamos construir as condições para derrotar os golpistas e fazer a luta política”, finalizou Vanazzi.
Greve geral e calendário
Para o metalúrgico e diretor da CUT-RS, Jorge Correa, todo o debate realizado pelo Comitê e atos públicos devem indicar a greve geral. “Estamos na construção de uma grande greve geral, vamos parar o Brasil e barrar a Reforma da Previdência”, garantiu ele.
Finalizando o lançamento, a presidente do Ceprol Sindicato, Andréia Nunes, falou da organização do Comitê e das agendas do período. “O Comitê não é uma entidade, somos todos nós, por isso precisamos da ajuda de todos para construir a nossa resistência”.
Para a professora, a importância do Comitê está na possibilidade de debate que este espaço proporciona. “A sociedade ainda não mensurou o que está em jogo. Se perdemos essa batalha agora, vamos levar quanto tempo para reverter?”, questionou ela.
Durante o ato foram distribuídos os materiais da campanha contra a Reforma da Previdência promovida pela CUT, CNM, CUT-RS e entidades filiadas.
Próximas atividades
– Lançamento da Frente Gaúcha em Defesa da Previdência Social, no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa, nesta sexta-feira (24), às 9h.
– Debate “Os efeitos da Reforma da Previdência na vida das mulheres”, na Câmara de Vereadores de São Leopoldo, na sexta-feira (03), às 18h.
– Debate sobre a Reforma da Previdência e as mulheres, na Câmara de Vereadores de Sapucaia do Sul, na quinta-feira (09).
– Manifestações do Dia Internacional da Mulher em 8 de março.
– Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência em 15 de março.
Fonte: STIMMMESL