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Em assembleia na Taurus, Sindicato cobra pagamento do reajuste

Convenção Coletiva de Trabalho tem que ser cumprida

As trabalhadoras e os trabalhadores da Taurus cruzaram os braços nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (21). O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) realizou uma assembleia em frente à empresa para explicar o que está acontecendo, pois a Taurus ameaça não cumprir a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e não pagar o reajuste de 6,32%.

 

 

“A Convenção é lei, todas as empresas da nossa base têm que cumprir e a Taurus tem que pagar o 6,32%”, enfatizou o presidente do Sindicato, Valmir Lodi. “Aprovamos a CCT na quinta passada e ainda não conseguimos assinar a Convenção por conta da Taurus, sendo que a própria faz parte da mesa de negociação”, contou.

De acordo com ele, a justificativa é o tarifaço do presidente do Estados Unidos, Donald Trump, porém o reajuste salarial é referente as perdas do último ano, ao que já foi corroído do salário. “Fizemos assembleias em quase 20 empresas na campanha salarial e não estivemos aqui na Taurus porque entendíamos que não era o momento, justamente por conta do tarifaço”, explicou Valmir.

 

 

O dirigente garantiu aos trabalhadores, que, caso a empresa traga alguma proposta, tem que ser levada para assembleia e aprovada pelos trabalhadores. “Como será feito o pagamento podemos negociar, mas não abrimos mão dos 6,32% para os trabalhadores da Taurus”, finalizou Valmir.

 

 

O vice-presidente do STIMMMESL, Rogério Cidade criticou a postura da empresa que historicamente não respeita a categoria. “A Taurus é uma fábrica de advertência. Quando transferiu a unidade de Porto Alegre para cá, mentiu para os trabalhadores, demitiram e diminuíram os salários. Agora, essa ameaça de não pagar o reajuste e nós não vamos abrir mão do 6,32%. Se a empresa insistir nisso vamos acampar aqui na frente, parar todos os turnos”, prometeu.

Os dirigentes sindicais que são trabalhadores da Taurus deram a seu recado e destacaram os desafios enfrentados nos últimos dias com a quantidade de boatos e desinformações na fábrica.

 

 

“Passamos a semana conversando com os colegas, contando a verdade”, disse o diretor Sérgio Camargo de Campos que relatou ainda que foi transferido de setor. “Podem me trocar de setor e me isolar, mas não podem me calar”, afirmou ele no caminhão de som.

Já Carlos Eduardo Saraiva Souza lembrou das medidas anunciadas pelos governos, federal e estadual, destinado às empresas atingidas pelo tarifaço. “A Taurus é muito conhecida e cresce a cada ano, porém os trabalhadores não acompanham esse crescimento. A empresa vai receber ajudar para enfrentar esse momento, mas não quer pagar o reajuste, o que é devido aos trabalhadores”, disse ele.

 

 

Ressaltando a conquista do aumento real de 1,14%, Lucas Cantos ressaltou que esse valor faz muita diferença no bolso do trabalhador, mas não significa nada para a empresa. “Temos família, muita gente depende do nosso posto de trabalho, eles não querem nos respeitar e prejudicam muitas pessoas. Os trabalhadores não podem pagar pelo desrespeito da Taurus”, declarou Lucas.

 

 

“A empresa não nos respeita, espalha boatos pelas redes sociais e não conversa com os trabalhadores. Pressionar os trabalhadores, eles sabem, mas na hora de nos valorizar, não fazem”, declarou Ari Antônio Dias Severo. Ele também parabenizou os trabalhadores que “entenderam a importância da parada de hoje e estão junto com o Sindicato.”

A dirigente Tatiana Santana dos Santos destacou que os trabalhadores estão cobrando o que é de direito. “Nas redes sociais e na mídia, o discurso da Taurus é lindo e tudo parece mil maravilhas, mas quem está aqui dentro, sabe e vive numa enxurrada de problemas e desrespeito. O mínimo que eles podem fazer por nós e pagar o reajuste e nem isso querem fazer.”

 

 

Dirigentes sindicais de diversas entidades da região, participaram da atividade. Representantes dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Cachoeirinha e Charqueadas manifestaram apoio aos trabalhadores da Taurus.

A base total representada pelo STIMMMESL é cerca de 16 mil metalúrgicos. Desses, mais de dois mil são trabalhadores da Taurus.

 

 

 

Fonte: STIMMMESL

Fotos: Kaylany Ferreira

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