Em Brasília, Metalúrgicos da CUT debatem indústria da defesa e China
Uma comitiva de dirigentes da CNM/CUT, além de representantes da IndustriALL Brasil e dos químicos da CUT, esteve em Brasília na quarta-feira (17) onde se reuniu com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, com membros do Ministério da Defesa, além de articular junto ao Senado Federal – no gabinete do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) – políticas públicas para a indústria da defesa.
O foco das conversas foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2023 que pretende garantir um orçamento mínimo equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior para investimentos no Ministério da Defesa.
“Essa é uma pauta muito ligada ao Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (SIMDE). Nas conversas que tivemos em Brasília, nós tiramos alguns encaminhamentos sobre a PEC. Ela é importante para a defesa do conteúdo nacional, da indústria, do emprego e da formação profissional, porém, é preciso dizer de onde vem a fonte do financiamento, do orçamento, pois se essa porcentagem sai do orçamento do governo ela vai tirar de algum local”, afirmou o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira.
O dirigente conta que haverá audiência pública sobre o tema, para ouvir todas as partes envolvidas no debate sobre a indústria da defesa, no Senado.
“Nós precisamos ter a garantia dos recursos para a PEC, uma alternativa pode ser um fundo específico, como vem fazendo no debate sobre a segurança pública. Precisamos ter essa garantia principalmente nesse momento da taxação norte-americana, que atinge fortemente o setor, licitações garantidas no setor de segurança para estados e municípios, atingindo todas as polícias, para que não se compre armas fabricadas lá fora, mas haja incentivo a indústria nacional. Esse é um debate que precisamos construir, inclusive, nós da CNM/CUT, vamos ajudar a construir um projeto de lei emergencial para tratar dessa questão da segurança nacional”, explicou Loricardo.
Presente em Brasília, o coordenador de segmentos da CNM/CUT, Juarez Estevam Ribeiro, reforçou o papel estratégico que a indústria de defesa tem no país.
“É fundamental destacar que a defesa e a soberania nacional são estratégicas e precisam ser fortalecidas. Apesar de compreendermos que o governo federal tem prioridades inadiáveis, como saúde, educação e segurança pública, também é necessário assegurar investimentos na área de defesa. Isso porque a defesa não se limita apenas a proteger fronteiras e o território brasileiro.ela é motor de desenvolvimento industrial, fomenta a produção e renda e gera emprego de qualidade”, afirmou Juarez.
O presidente da IndustriALL Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, pontuou que o investimento no setor de defesa é importante pois, além da defesa da soberania nacional, ele envolve empregos de qualidade, além do transbordamento econômico e tecnológico para outros setores da indústria.
“Saímos das agendas com muito expectativa que a gente vai conseguir criar vacinas contra o tarifaço dos Estados Unidos nesse momento, já que essa indústria foi muito afetada, e também criar uma nova perspectiva agregando a tudo que já vem sendo feito em discussão da indústria de defesa, como no Nova Indústria Brasil (NIB) e no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), então a gente vai agregar nessa discussão, criando uma projeção maior ainda para a indústria de defesa, para a indústria de segurança pública e para a indústria de espacial”, disse Aroaldo.
China
Além da indústria da defesa, a comitiva dos Metalúrgicos da CUT esteve no Ministério das Relações Exteriores para tratar sobre o papel da indústria da China no Brasil.
“Saímos com o compromisso de ter uma mesa redonda com as empresas, os trabalhadores, a China e o Brasil, para fazer um conversa sobre o que acontece em nosso país na questão do trabalho, das relações comerciais, dos investimentos que acontecem no aqui e acompanhar essa vinda e instalação de empresas chinesas no Brasil, para debater problemas que muitas dessas empresas tiveram por aqui, como foi o caso da BYD e o trabalho escravo”, finalizou o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira.
Fonte: CNM/CUT
Foto: Set&Post (Amanda Rocha e Millano Carvalho)