Em 2015, trabalhadores venceram nas ruas embate com a elite, avalia Paulo Cayres
Em artigo, presidente da CNM/CUT avalia que, apesar de difícil, o ano foi produtivo para a classe trabalhadora, que mostrou sua determinação nas ruas para garantir direitos e democracia.
"Em 2015, nosso recado veio, mais uma vez, da rua – que sempre foi o nosso lugar de lutar -, para dizer que com a gente ninguém mexe e para mostrar para o Brasil e para o mundo que os irresponsáveis não iriam avançar com seu ódio contra negros e pobres, com sua homofobia e seu machismo, com seu desrespeito ao regime democrático e ao projeto escolhido de forma limpa nas urnas em 2014". A avaliação é do presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, e foi feita em artigo de balanço do ano, veiculado nesta segunda-feira (21) na coluna "Com a Palavra", neste portal.
Segundo Cayres, a elite brasileira intensificou seus ataques e tentou acuar a classe trabalhadora com sua pauta retrógrada e com sua investida contra a democracia no Brasil. E, ainda de acordo com o metalúrgico cutista, as mobilizações dos trabalhadores ao longo do ano foram decisivas para barrar essa investida. "Em 2016, estamos prontos para muito mais", avisa o presidente da Confederação.
Confira a íntegra do artigo "As ruas foram nossas em 2015. E nelas seguiremos lutando"
As ruas foram nossas em 2015. E nelas seguiremos lutando
O ano de 2015 não foi fácil. Ouso até dizer que foi o mais difícil para os brasileiros neste século 21, porque a elite retrógrada jogou ainda mais sujo e intensificou seus ataques contra o projeto que defendemos.
Ela tentou acuar a classe trabalhadora, que foi desafiada a lutar com mais garra por seus direitos e pelo país. Isso foi feito.
As dificuldades que enfrentamos acabaram transformando 2015 num ano muito produtivo para a nossa luta. Os (as) trabalhadores (as) foram para as ruas dar o recado de que não permitiriam retrocessos.
A categoria metalúrgica, logo em janeiro, já mostrou que estava pronta para se defender, com a enorme mobilização iniciada no ABC paulista contra as demissões anunciadas pela Volkswagen. Vencemos essa e outras batalhas posteriores no nosso ramo.
E desde 13 de março, os (as) metalúrgicos (as) se uniram às demais categorias, aos movimentos sociais e aos setores progressistas da sociedade para avisar que não recuariam [leia aqui e aqui].
Continuamos apontando caminhos para o Brasil, ao defender a Petrobras, ao nos posicionarmos contra o ajuste fiscal e ao não medir esforços para lutar contra o golpe à democracia e à maioria da população.
Em 2015, nosso recado veio, mais uma vez, da rua – que sempre foi o nosso lugar de lutar -, para dizer que com a gente ninguém mexe e para mostrar para o Brasil e para o mundo que os irresponsáveis não iriam avançar com seu ódio contra negros e pobres, com sua homofobia e seu machismo, com seu desrespeito ao regime democrático e ao projeto escolhido de forma limpa nas urnas em 2014.
Ao longo do ano, fomos inúmeras vezes às ruas para reafirmar a nossa pauta.
E em todo o país, encerramos 2015 com as maiores manifestações de rua no dia 16 de dezembro, mais uma vez mostrando que o jogo sujo dessa elite racista, machista, homofóbica e retrógrada não pode continuar.
Com o recado das ruas, o golpe contra a democracia foi contido no Supremo Tribunal Federal. Vencemos mais uma batalha.
Mas temos de continuar mobilizados para impedir que essa elite e seus representantes no Congresso Nacional e na mídia atentem contra as instituições, massacrem o povo brasileiro e matem a democracia reconquistada com nossa incansável luta.
Em 2016, estamos prontos para muito mais! E será nas ruas que seguiremos lutando e dizendo a esses indivíduos: NÃO PASSARÃO!
* Paulo Cayres é trabalhador na Ford e presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT