Marcha abre Fórum Social Temático nesta terça em Porto Alegre

A marcha de abertura do Fórum Social Temático (FST), que marca os 15 anos da realização do 1º Fórum Social Mundial (FSM) em 2001, acontece nesta terça-feira (19), em Porto Alegre, onde tudo começou. A concentração ocorre às 15h, no Largo Glênio Peres, no centro da capital gaúcha. Milhares de pessoas devem participar da caminhada, sob o nome de “Paz, Democracia, Direitos dos Povos e do Planeta”, que terá início às 18h e irá até o Largo Zumbi dos Palmares.

 

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, conclama todos os sindicatos, federações e confederações a participarem da marcha, bem como das atividades que serão realizadas durante o Fórum, especialmente aquelas organizadas pela Central e entidades filiadas.

 

O Fórum se propõe a fazer um balanço dos desafios e perspectivas na luta por outro mundo possível, no sentido de reposicionar as dinâmicas do FSM frente à nova realidade internacional com os temas das guerras, dos refugiados, das crises econômicas e sociais e da retirada de direitos dos trabalhadores em todos os continentes. Na realidade da América Latina e do Brasil, o FST dará uma atenção especial a temas como o extermínio da juventude negra, as questões referentes ao fortalecimento da democracia.

 

Em entrevista coletiva à imprensa, realizada pela organização do FST na tarde desta segunda-feira (19), no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa, a secretária de políticas sociais da CUT-RS, Cleonice Back, ressaltou a importância do Fórum e convidou os participantes a acompanhar os debates nas oficinas promovidas pela Central. “Vamos discutir questões fundamentais, como as graves consequências da tragédia ambiental em Mariana (MG), o impacto do uso dos agrotóxicos na nossa vida e as condições de trabalho para os imigrantes e refugiados”, destacou Cleonice.

 

15 anos depois

O representante da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), Mauri Cruz, salientou que o evento deste ano em Porto Alegre deve ter uma mudança de personagens. “Em 2001, tínhamos uma presença muito forte de intelectuais europeus, sindicatos e movimentos sociais latino-americanos mais tradicionais. Agora, em 2016, vamos ter uma diversidade maior, com a presença de muitos representantes do movimento negro, de comunidades indígenas, da Marcha Mundial de Mulheres, movimentos ambientalistas e de juventude”, projetou. “Será um Fórum mais feminino, mais negro e mais latino-americano”.

 

Mauri assinalou que há uma grande semelhança entre a atual conjuntura política e econômica e a que marcou o nascimento do FSM em 2001, marcada pelo avanço do conservadorismo, das políticas econômicas neoliberais e da ameaça da guerra. “Na época, vivíamos o clima da guerra do Iraque. Quinze anos depois, praticamente todo o Oriente Médio está envolto em guerra e conflitos”, assinalou.

 

A novidade, hoje, acrescentou Mauri, é o clima de esgotamento e desencanto com os limites das experiências de governo de esquerda na América Latina.

 

Mauri frisou, no entanto, que “várias ideias que foram apresentadas em 2001 como utopias viraram políticas e se mostraram alternativas viáveis para a humanidade”.

 

Fonte: CUT-RS

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