Trabalhadores da CBC Taurus começam luta por equiparação salarial e condições dignas de trabalho

Em assembleia na manhã de quinta-feira (18), os metalúrgicos da CBC Taurus, em São Leopoldo (RS), deram início à sua mobilização por melhores condições de trabalho e de salários. Eles aprovaram pauta de reivindicações que será levada à direção da empresa pelo Sindicato dos Metalúrgicos.

 

No total, a CBC tem cerca de 2.200 trabalhadores, sendo que 1.000 deles são da antiga unidade da empresa em Porto Alegre, que foi desativada. Com a unificação das duas plantas, os problemas para os trabalhadores se acumularam.

 

Segundo Valmir Lodi, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, a CBC não adequou a planta para incorporar esse novo contingente de funcionários, o que precarizou ainda mais as condições de trabalho.

 

Além disso, a empresa até agora não providenciou transporte para que os metalúrgicos de Porto Alegre possam se deslocar para São Leopoldo. “Eles começaram a trabalhar em São Leopoldo em janeiro e têm de se virar com meio próprio para vir trabalhar. São 50 minutos gastos no percurso e aqueles que vem com seu carro ou sua moto têm de deixar seus veículos nas ruas e vários roubos já aconteceram”, informou Lodi.

 

Com a unificação, surgiu um outro problema também: a diferença salarial para quem exerce a mesma função. O pessoal de Porto Alegre tem salário maior. “Num mesmo setor, há trabalhadores com salários bem diferentes”, reforçou o presidente do Sindicato.

 

Sem descanso

Durante a assembleia, mais um problema sério também foi levantado: a perseguição das chefias para forçar os trabalhadores a fazerem horas extras. E, segundo os sindicalistas, a pressão é maior sobre as trabalhadoras, que são 25% da mão de obra na fábrica. “É uma pressão enorme, com ameaça de demissão para aquelas que relutam em aceitar. Mas tanto homens como mulheres estão trabalhando de segunda a segunda, sem descanso. São 44 horas de trabalho de segunda a sexta-feira, mais oito horas no sábado e oito no domingo”, contou Valmir.

 

A assembleia aprovou a seguinte pauta de reivindicações: equiparação salarial, transporte para os funcionários, estabelecimento de escala de folgas aos finais de semana, aumento no valor da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR), lavagem dos uniformes, café da manhã reforçado e melhoria nas condições de trabalho.

 

“Queremos que a empresa abra logo as negociações com o Sindicato. E, na assembleia, os trabalhadores se mostraram dispostos a intensificar a mobilização para que a CBC Taurus atenda as reivindicações. Se a resposta não vier logo e as reivindicações forem negadas, a greve não está descartada”, assinalou o presidente do Sindicato.

 

Solidariedade

O movimento dos metalúrgicos na CBC Taurus conta com a solidariedade de outras entidades sindicais da categoria.  Na assembleia desta quinta, estavam presentes dirigentes dos Sindicatos de Metalúrgicos de Sapiranga, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre e Cacheirinha, além do Sindicato dos Sapateiros de Novo Hamburgo.

 

Também esteve presente Eliane Morfan, trabalhadora na CBC Taurus de Montenegro (RS), que é da base do Sindicato dos Químicos. Ela demonstrou seu apoio ao movimento dos metalúrgicos e lembrou que processou a empresa por assédio moral em função de sua atividade sindical. E já ganhou a ação em duas instâncias.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT

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