Dia 22 de setembro se consolida como “esquenta da greve-geral” e mobiliza estados

Expectativa é de grande adesão à paralisação chamada pela CUT. Metalúrgicos do RS também intensificam preparativos para mobilização

A greve geral se torna mais real a cada semana. A constatação vem do entusiasmo com que a classe trabalhadora tem recebido a ideia nos estados brasileiros. Termômetro principal para essa análise é a mobilização construída para o dia 22 de setembro, também conhecido como o “esquenta da greve geral.”

O diálogo frequente com os sindicatos e as bases têm sido importante para essa construção da greve geral. Dia 22 de setembro, todos nós, trabalhadoras e trabalhadores, temos que estar nas ruas, dando um recado para esse governo golpista, dizendo que não vamos tolerar que mexam em nossos direitos. Rumo à greve geral”, convocou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

 

Na tarde desta quarta-feira (14), os metalúrgicos do ABC também reafirmaram o compromisso em realizar uma grande mobilização da categoria, em reunião da direção plena do Sindicato. O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, que também é dirigente do ABC, destacou a urgência e a importância dos trabalçhadores se mobilizaqrem para barrar o ataque a seus direitos.

 

"Nos governo populares de Lula e Dilma nossa mobilização era por avanços nos direitos da classe trabalhadora e da população.  Agora, depois deste vergonhoso golpe, nosso foco é impedir que os patrões e esse governo golpista, reduzam nossos direitos. Por isso, não vamos dar trégua e vamos para o enfrentamento", enfatizou Cayres no encontro da direção do Sindicato.

 

CUT-RS potencializa organização

A história é implacável com quem se acovarda”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, durante a plenária unificada das centrais sindicais, realizada na manhã desta sexta-feira (16), no auditório da Fetrafi-RS, no centro de Porto Alegre. Ele chamou sindicatos e federações para reforçar a organização do dia nacional de lutas, atos, greves, protestos e paralisações, que é apontado como um esquenta para a greve geral contra a retirada de direitos. Ele garantiu que o futuro irá mostrar que “estamos lutando muito contra o roubo de direitos da classe trabalhadora”.

 

Claudir chamou a atenção para os projetos, medidas provisórias e emendas constitucionais, que estão na pauta no Congresso Nacional, como a PEC 241/16, do governo ilegítimo e golpista de Michel Temer, que institui um novo regime fiscal, limitando gastos públicos e essenciais por 20 anos, como saúde e educação. “Eles botam nome bonito – equilíbrio fiscal -, mas a intenção é tirar os pobres do orçamento, já que essas medidas prejudicam a parcela mais pobre da população, o que é muito grave e danoso para a sociedade e o pior é que já está em vias de votação”, protestou.

 

Para o dirigente da CUT-RS, a democracia não tem valor para os golpistas apoiados pela elite empresarial. “A democracia tem valor para a gente. Por isso, precisamos dialogar com as nossas bases e esclarecer que este é um momento de grande resistência que estamos passando para proteger as nossas conquistas”, salientou.

 

Ele criticou principalmente as propostas ventiladas pelos ministros de Temer para a reforma da Previdência e os ataques à CLT e à Justiça do Trabalho, como o PLS 030/15 que prevê a terceirização sem limites. “Terceirizar é voltar aos tempos da escravidão”, comparou Claudir.

 

Adesão cresce
Pedida por grande parte da população, a paralisação da classe trabalhadora visa reafirmar a defesa dos direitos trabalhistas e marcar posição contra o golpe político que levou Michel Temer à presidência do Brasil. Dia 22 de setembro carrega o mesmo espírito, como explica Mauro Ruben, presidente da CUT-Goiás.

 

Nós não vamos recuar. Na base, as adesões estão crescendo. Em nosso estado, já temos garantidas as paralisações dos trabalhadores ligados à Saúde e Educação. Uma plenária, na próxima sexta (16), deve definir a paralisação dos transportes também. Lá em Goiás, conseguimos unidade entre todas as Centrais. Ou seja, dia 22 de setembro será um dia importante para a construção da greve geral”, afirmou o dirigente Cutista.

 

Já a presidenta da CUT-Maranhão, Adriana Oliveira,  acredita que a ideia de uma data que sirva de “esquenta”, ajuda a mobilizar. “Nesse dia, vamos intensificar os debates sobre os desmandos desse governo, falar sobre os direitos que podemos perder e os ataques que vamos sofrer. Lá no nosso estado, vai todo mundo parar pela manhã, e à tarde faremos um grande ato na praça Marechal Deodoro.”

 

A lista de prejuízos que podem ser causados pela gestão de Michel Temer deve ser utilizada na conversa com as bases, explica Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT-Minas Gerais. “Querem desmontar o SUS, acabar com a CLT, impor o negociado sobre legislado, promover uma reforma da Previdência que prejudica a trabalhadora e o trabalhador. São diversos ataques e a classe trabalhadora precisa estar ciente. Após dia 22, vamos estar mais fortes ainda para a greve geral”, finalizou.

 

Em São Paulo, a expectativa é de uma grande paralisação, com o envolvimento de diversos setores. “Nós esperamos uma grande mobilização para dia 22 de setembro, em especial no setor público, onde temos, ao menos, cinco grandes sindicatos que já aderiram e vão cruzar os braços. O setor metalúrgico também já confirmou que irá parar dia 22. Ou seja, vamos ter um dia intenso”, afirmou Douglas Izzo, presidente da CUT-São Paulo, reforçando que o movimento pode crescer, já que uma plenária chamada pelos trabalhadores do setor de transportes para decidir sobre a adesão ao “esquenta” ocorrerá na próxima sexta-feira (16).  

 

Fonte: CUT Nacional, com informações da Assessoria de Imprensa da CNM/CUT e da CUT-RS

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