Produção industrial frustra o mercado e mostra recessão mais profunda
Os dados da produção industrial de novembro confirmam que a economia brasileira mergulhou na mais profunda depressão. Em novembro deste ano, houve queda de 1,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando o mercado apostava em expansão de 0,45%.
Os dados indicam que o Brasil terá queda do PIB também no quarto trimestre deste ano.
Como a dupla Temer-Meirelles foi incapaz de restaurar a confiança, será necessário cortar pelo menos R$ 20 bilhões do orçamento em 2017, para não estourar uma meta fiscal que já prevê um rombo de R$ 139 bilhões, mas já se fala até em cortes de R$ 50 bilhões.
Depois do golpe, o Brasil migrou para a última posição no mundo em dinamismo industrial.
Abaixo, reportagem da Reuters:
A produção industrial do Brasil voltou a subir em novembro após forte queda no mês anterior, porém muito menos do que o esperado e sem dar indícios de reversão do quadro de fraqueza pelo qual passa a economia.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quinta-feira que a produção industrial avançou 0,2 por cento em novembro na comparação com o mês anterior, contra expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 2,0 por cento. Em outubro, a indústria havia recuado 1,2 por cento.
Na comparação com o mesmo mês de 2015, a produção apresentou queda de 1,1 por cento em novembro, 33ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e frustrando a expectativa de avanço de 0,45 por cento.
"Com isso a indústria entra em 2017 com carregamento negativo, e vai ficando mais difícil o cenário de crescimento para o setor", avaliou a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thais Marzola Zara.
Segundo ela, o dado deve levar a uma nova revisão por economistas dos números do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre. "Já tínhamos recuo de 0,5 por cento, e podemos revisar para baixo", completou.
Entre as categorias pesquisadas, segundo o IBGE, a categoria que apresentou queda em novembro foi a de Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis, de 0,5 por cento sobre o mês anterior, chegando ao quinto mês seguido de perdas.
Para Thais, essa foi a surpresa negativa no mês, após aumento das vendas de papel e papelão.
A categoria Bens de Capital, uma medida de investimento, apresentou alta de 2,5 por cento em novembro sobre o mês anterior, depois de mostrar contração por 4 meses seguidos e longe de reverter as perdas. A produção de Bens de Consumo Duráveis avançou 4 por cento na mesma base de comparação, ainda segundo o IBGE.
Dos 24 ramos pesquisados, 13 apresentaram alta na comparação mensal, com destaque para o aumento de 6,1 por cento na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias. Na outra ponta, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis registrou recuo de 3,3 por cento na mesma comparação.
O setor industrial enfrentou no ano passado a fraqueza da demanda interna diante do cenário de recessão e baixa confiança no Brasil.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrou que a atividade industrial do Brasil atingiu em dezembro o patamar mais fraco em seis meses, com a situação econômica afetando com força a entrada de novos negócios e a produção.
Na pesquisa Focus do Banco Central, os economistas projetam retração de 6,58 por cento da produção industrial em 2016, contribuindo para a queda de 3,49 por cendo do PIB. Para este ano, a expectativa é de que a indústria apresente crescimento de apenas 0,88 por cento, com a economia expandindo 0,50 por cento.
Fonte: Brasil247