“Se votar não vai voltar”, alertam centrais em protesto contra reformas da Previdência e Trabalhista no Aeroporto de Porto Alegre
Dirigentes do Sindicato participaram da atividade
A CUT-RS e centrais sindicais amanheceram nesta segunda-feira (24) protestando contra as reformas da Previdência e Trabalhista e a terceirização sem limites no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. O objetivo foi reforçar a convocação da greve geral de 28 de abril e pressionar os parlamentares que embarcam para Brasília. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende votar o projeto da reforma trabalhista (PL 6787/16), que rasga os direitos hoje garantidos na CLT.
Desde as 5h, os manifestantes bloquearam o acesso à rampa e, às 6h, saíram em caminhada até o saguão de embarque, gritando palavras de ordem como “se votar não vai voltar”, “28 de abril, greve geral vai parar o Brasil” e “você aí parado também é explorado”. Houve também distribuição do panfleto unitário das centrais para passageiros e trabalhadores das empresas aéreas.
Estiveram presentes dirigentes da CUT, CTB, Força Sindical, Nova Central e CGTB, cujos presidentes estaduais fizeram pronunciamentos ao final da manifestação. Eles destacaram a importância da unidade das centrais e fortaleceram a construção da greve geral para impedir a aprovação das reformas de Temer que retiram direitos dos trabalhadores.
“Mandamos um duro recado aos deputados e às deputadas que apoiam o governo Temer na Câmara. Quem votar a favor das reformas da Previdência e Trabalhista não será reeleito em 2018, pois vamos denunciar os nomes de todos os traidores para a classe trabalhadora”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Ele salienta que nas últimas eleições ninguém pediu voto dizendo que defendia o fim da aposentadoria e da CLT. “Como é que agora pode alguém apoiar um projeto que a turma do pato amarelo da Fiesp, financiadora do golpe do impeachment, quer meter goela abaixo do Congresso para ferrar os direitos dos trabalhadores e destruir a cobertura de proteção social da CLT e da Constituição de 88?”, questiona o dirigente sindical.
“A CLT é moderna, tem sido atualizada ao longo dos anos e nunca foi empecilho para gerar empresas e fazer o Brasil crescer. Tivemos inclusive uma situação de pleno emprego em 2014. O desemprego que aí está é fruto da crise internacional e da ação dos golpistas que afundaram a economia do país para retirar direitos dos trabalhadores e entregar nossas riquezas ao capital estrangeiro”, critica Claudir.
Ele ressalta que as centrais acompanharão os próximos vôos de embarque para Brasília. “Além disso, os sindicatos estão intensificando a mobilização dos trabalhadores e das trabalhadoras para a greve geral de 28 de abril que vai parar o Rio Grande do Sul e o Brasil”.
“A greve geral se impõe como necessidade para reagir frente ao maior roubo aos direitos trabalhistas já praticado na história do Brasil por um governo ilegítimo, sem apoio da população e cada vez mais atolado em denúncias de corrupção, que comprometem totalmente a legitimidade das votações”, enfatiza o presidente da CUT-RS.
Plenária das centrais sindicais
Nesta quarta-feira (26), às 9h, acontece uma plenária das centrais sindicais, no auditório do SindBancários, no centro de Porto Alegre. O objetivo é definir os últimos preparativos para a greve geral, que está sendo organizada em parceria por todas as centrais e em conjunto com as entidades filiadas e com os movimentos sociais do campo e da cidade.
Após a plenária, às 11h, no mesmo local, será realizada uma entrevista coletiva à imprensa.
Fonte: CUT-RS