Metalúrgicos de São Leopoldo intensificam a campanha salarial e a luta em defesa dos direitos
No começo da manhã desta quarta-feira (2), o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) realizou uma assembleia de campanha salarial com os trabalhadores e trabalhadoras da Taurus, Delga e Copé. Cerca de dois mil trabalhadores cruzaram os braços e atrasaram o início da jornada de trabalho.
O presidente do Sindicato, Valmir Lodi, relatou como foram as duas reuniões de negociação com a patronal. “Deixamos claro que eles não vão retirar nossos direitos. Estamos aqui para exigir uma proposta digna”, garantiu ele ao contar que os patrões elogiaram o governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (PMDB), que aprovou a Reforma Trabalhista, alterando mais de 100 artigos da CLT.
O dirigente contou que a patronal quer pagar apenas a inflação e com o limite de salário até R$ 4.500,00. “Eles querem congelar os salários e implantar o banco de horas individual”, disse.
Valmir relatou também as mobilizações nas outras fábricas, como Stihl e Gerdau. “Os trabalhadores estão parando e ouvindo o Sindicato, pois sabem que agora, mais do que nunca, é preciso lutar pelos nossos direitos. E um sindicato forte se faz com a união dos trabalhadores”, salientou ao encerrar a assembleia.
PLR – Os dirigentes sindicais da Taurus se manifestaram abordando também as inúmeras dificuldades que os trabalhadores da empresa enfrentam, como o desrespeito por parte de alguns encarregados e a negociação da Participação no Lucros e Resultados (PLR).
Enquanto fábricas da região tem uma PLR com média de R$ 3.000,00, a Taurus segue criando empecilhos para que aqueles que produzem a riqueza da empresa acessem o lucro.
Reforma Trabalhista só entra em vigor em novembro
O Secretário de Formação e Politica Sindical da Federação dos Metalúrgicos do RS (FTM), Paulo Chitolina, destacou que dos 27 sindicatos filiados à FTM, apenas dois não fecharam suas campanhas salariais: São Leopoldo e Cachoeira do Sul.
“Precisamos estar atentos aqui em São Leopoldo, pois é a primeira campanha salarial após a aprovação da Reforma Trabalhista e mesmo que ela só entre em vigor em novembro, os patrões já se guiam por esse desmonte das leis trabalhistas. Não podemos cair no jogo deles”, declarou.
Chitolina lembrou que nos últimos 12 anos, diversas categorias tiveram aumento real, pois não havia essa política de desmonte dos direitos. “Sabíamos que qualquer lei que nos prejudicasse seria vetada pelo presidente. Agora, após o golpe, vivemos um período de grande incerteza e os trabalhadores precisam compreender isso”, finalizou Chitolina.
Dirigentes dos sindicatos de metalúrgicos de Canoas, Cachoeirinha e Novo Hamburgo também participaram da assembleia.
Fonte: STIMMMESL