Painel do Comitê Gaúcho do FNDC debate impacto das fake news na democracia na próxima segunda

Painel sobre Fake News na Unisinos

“Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas”. A afirmação é do gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp, Ben Supple.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, do dia 8 de outubro, foi a primeira vez que o WhatsApp admite que a eleição de 2018 no Brasil sofreu impacto a partir da contratação de sistemas automatizados.

“O cenário é grave e preocupante para o povo e para a frágil democracia brasileira. Nota-se o descompromisso das corporações digitais com a qualidade da informação, visto o reconhecimento pelo WhatsApp. Além disso, Facebook e Twitter afirmaram que não vão remover anúncios pagos de políticos com notícia falsa”, afirma o ativista digital Lucio Uberdan. Para ele, se as práticas persistirem, uma geração de brasileiros, os mais pobres, estará condenada, assim como as próximas eleições e a credibilidade da comunicação em rede.

O jornalista e professor Juremir Machado da Silva ressalta que a novidade nas atuais notícias falsas é a escala industrial: “São velhas formas com novas tecnologias. Umberto Eco já falava disso em 1978. A potência tecnológica, porém, muda tudo. Passamos ao grau máximo da falsificação”.

Para ele, a checagem de informações tornou-se o mais importante do jornalismo e, mais do que nunca, é necessário que se busque compreender esse novo sistema de falsificação da informação.

Para debater os impactos das notícias falsas, o Comitê Gaúcho do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) realiza, na próxima segunda-feira, dia 21 de outubro, às 19h45, o painel “Fake News, Eleições e Democracia”, no auditório Padre Bruno Hammes, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo.

Além de Lucio e Juremir, a atividade terá como palestrantes a jornalista e professora aposentada Christa Berger e o professor e coordenador do curso de Direito da Unisinos, Guilherme de Azevedo.

Fonte: Brasil de Fato

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