Metalúrgicos protestam por plano de vacinação em frente à prefeitura de Sapucaia do Sul
Comitê em Defesa da Vida no município cobrou também auxílio emergencial
com recursos municipais para sapucaienses
Dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMME-SL) protestaram na frente da prefeitura de Sapucaia do Sul, na tarde desta quinta-feira (18), exigindo que o prefeito Volmir Rodrigues receba os representantes dos trabalhadores para debate transparente sobre o plano de vacinação, renda básica municipal e controle da pandemia de covid-19 na cidade.
Também participaram do ato o vice-presidente da entidade, Rogério Bandeira cidade, o “Bicudo” e Gerson Mattos, tesoureiro do sindicato e mais conhecido como “Frangão”, além de parlamentares e militantes de partidos políticos de esquerda
Até o momento, mais de 267 sapucaienses morreram em decorrência do novo coronavírus e 8.194 casos foram confirmados no município, que conta 141.808 habitantes.
Para o presidente STIMMME-SL, Valmir Lodi, o prefeito está sentado em cima do ofício com o pedido de reunião, um sinal claro de que se nega a dialogar com os trabalhadores e conjunto da sociedade.
“ Nós queremos dizer à sociedade que temos responsabilidade, exigimos a vacina para todos e todas, o prefeito precisa elaborar um plano de vacinação, pois nem isso ele tem. Sapucaia não é um ilha isolada dentro do Rio Grande do Sul e precisa adotar medidas que garantam saúde e renda para a população. O povo está amedrontado, com medo de sair para trabalhar, porém, se não fazem isso, passam fome. Nem álcool gel e mascaras a prefeitura distribui para o povo mais pobre”, criticou Valmir.
Conforme o metalúrgico o debate com os sindicatos é legítimo, mas, até agora, contrariando o discurso de campanha, Rodrigues se recusa a receber o comitê em defesa da vida e pela vacina do município.
“Nós não vamos abandonar os trabalhadores de sapucaia, viemos até aqui com um grupo reduzido, buscando preservar a saúde de todo mundo, no entanto, se for preciso colocar 50 ou até 100 trabalhadores na frente da prefeitura para conseguir essa audiência com o poder público municipal, nós vamos para o embate”, pontuou Lodi.
“A vida das pessoas precisa ser prioridade neste momento tão grave de pandemia. O prefeito de Sapucaia do Sul precisa apresentar qual a proposta de compra de vacina que ele tem para cidade onde mora. As pessoas estão morrendo, inclusive eleitores dele. O que está em discussão é a vida ou morte dos cidadãos sapucaienses”, destacou o secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e diretor do sindicato dos metalúrgicos, Loricardo de Oliveira.
Emprego e renda
Conforme Loricardo, a discussão sobre um modelo de geração de emprego e renda também está na agenda dos manifestantes.
“Temos de discutir o tipo de emprego que queremos aqui, se é de caráter comercial ou industrial. Sem trabalho a roda da economia não gira e todos pagam o preço. Quando a pandemia acabar, é necessário que haja um projeto de desenvolvimento para Sapucaia do Sul”, concluiu.
“Queremos que Sapucaia traga empregos pra cá, mas a vida vem em primeiro lugar. O prefeito se atrasou para entrar no consórcio para compra de vacinas. Mais de 470 municípios já fazem parte do grupo e Rodrigues só mandou o projeto para câmara de vereadores hoje, sendo que o prazo final encerra neste sábado. Um Projeto de renda mínima para a população nem passa pela cabeça dele”, criticou o vereador do Partido dos Trabalhadores, Atila Andrade.
A presidente do Partido dos Trabalhadores da região denunciou a escalada do número de mortes pelo coronavírus.
“Falta muito pouco para que trezentas famílias enterrem seus familiares. Quem vai consolar a dor das mães? De quem é a culpa desta negligência com o povo sapucaiense. É do poder público, do Genocida do Bolsonaro, do governador Eduardo Leite e também do prefeito Rodrigues”, desabafou Ana Lúcia Fagundes.
Reportagem de Marcus Perez