Com recorde de mortes e internações, Brasil pode ficar sem medicamentos de UTI

Brasil vive drama na pior fase da pandemia, que é resultado das políticas
negacionistas do governo Bolsonaro

A situação no Brasil está caótica. Com recordes de mortes e contaminações pelo novo coronavírus, as filas de espera para leitos de enfermaria e de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de pacientes contaminados se multiplicam pelo país, e em meio a esse drama, governadores, prefeitos, médicos, e secretários de Saúde pedem socorro: vão acabar rapidamente os medicamentos básicos para intubação de pacientes em estado grave.

Nesta quinta-feira (18), o Brasil registrou 2.659 mortes provocadas por complicações da Covid-19 em 24 horas e totalizou 287.795 óbitos. A média móvel ficou em 2.096, novo recorde. O total de pessoas infectadas chegou a 11.787.600 desde o início da pandemia.

Medicamentos usados na UTI estão acabando

Com a explosão da pandemia que está totalmente descontrolada no Brasil, medicamentos básicos e também os usados nas UTIs começaram a falta.

De acordo com dados das farmacêuticas enviados à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quinta-feira (18), cerca de 22 medicamentos utilizados em UTI têm estoques baixos se compararmos a quantidade de unidades em estoque e o volume comercializado. Nesta quinta-feira (18), o Ministério da Saúde requisitou os estoques da indústria de medicamentos que compõem o chamado “kit intubação”, incluindo anestésicos e bloqueadores musculares, para abastecer a rede do Sistema Único da Saúde (SUS) por 15 dias.

Com a alta demanda de internações, entidades médicas temem o desabastecimento de insumos e remédios essenciais que podem salvar muitas vidas. Médicos já relatam que em vários hospitais, há falta de insumos e medicamentos utilizados para tratamento de pacientes.

Remédios como bloqueadores musculares, utilizados em pacientes em situação muito grave têm estoques também baixos. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, nos dados coletados pela Anvisa, o estoque do besilato de atracúrio, que teve 4,6 milhões de unidades vendidas desde agosto, é de 333 mil doses.

O Paraná está em alerta diante do risco de medicamentos utilizados na intubação. Nesta quinta-feira, o secretário de Saúde Beto Preto afirmou que já pediu ajuda ao Ministério da Saúde para resolver a situação. O problema, diz ele, é achar insumo disponível para a compra.

Também em Belo Horizonte, médicos afirmam que todos os tipos de sedativos e bloqueadores neuromusculares – necessários para os procedimentos em terapia intensiva – correm o risco de faltar a curto prazo. Prefeitos de várias cidades também alertaram para escassez de medicamentos e insumos na rede pública.

No Rio Grande do Sul – um dos estados onde o número de casos de Covid-19 mais cresce no país – estão deixando de abrir leitos de UTI por causa da falta de sedativos para intubação. Além do alto preço de medicamentos, há o temor de faltar remédios para quem já está respirando por aparelhos.

No Espírito Santo, o secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, alertou que hospitais particulares e filantrópicos já registram falta de medicamentos para intubação e pediram empréstimos ao governo estadual.

Governadores pedem compra emergencial de medicamentos

Dada a grave situação que o país atravessa, governadores de 13 estados encaminharam ofício a Bolsonaro para alertar sobre o baixo estoque de medicamentos de UTIs. Eles pedem a compra emergencial de bloqueadores neuromusculares, anestésicos e sedativos pelo período mínimo de 60 dias e a distribuição para todos os estados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os governadores dizem ainda que há falta ou baixa cobertura de bloqueadores neuromusculares em pelo menos 18 estados.

No texto, assinado por 13 governadores, eles pedem que a compra seja intensiva e de forma contínua por no mínimo 60 dias, com distribuição de forma linear aos estados.

São Paulo vive situação dramática e estado pode registrar 800 mortes por dia

A piora da pandemia de Covid-19 no estado de São Paulo é assustadora. O estado vem batendo recorde de internações, de casos da doença e de mortes em 24 horas. As internações crescem 3% ao dia.

De acordo com as projeções do governo paulista, o estado pode chegar a registrar entre 750 e 800 mortes diárias por Covid-19 nos próximos dias.

São Paulo bateu recorde nesta semana atingindo a triste marca 679 mortes. Na sexta-feira anterior (dia 12), 521 pessoas morreram por causa do novo coronavírus em SP.

A cidade de São Paulo está beira de um colapso do sistema de saúde após o aumento progressivo de pessoas internadas em UTI. A taxa de ocupação é de 88%

Fonte: CUT Brasil

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