Cerca de 30 mil pessoas tomam as ruas de Porto Alegre e exigem vacina e fora Bolsonaro
A atividade foi organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com a participação de centrais sindicais, movimentos sociais, estudantis e populares, além de torcidas antifascistas.
Os estudantes se encontraram no campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e foram até a Prefeitura, onde ocorreu a concentração. Às 15h, os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Borges de Medeiros e depois entraram na Rua Riachuelo até a Orla do Guaíba, onde foi encerrada a marcha, na sua maioria jovens e mulheres, porém muitos ainda foram até o Largo Zumbi dos Palmares, onde costumam terminar as mobilizações pela democracia na cidade.
Pelas janelas, diversos moradores manifestavam apoio ao longo do trajeto. Não houve registros de incidentes.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, avaliou que o ato foi convocado na expectativa de um grande público como um caminho para a retirada de Bolsonaro. “O povo não tem mais como suportar tamanha omissão desse governo, em relação à Covid-19, mas também com a economia”.
“O evento esteve à altura da necessidade do povo neste momento. O país foi para o fim da fila das vacinas. Ou morre por Covid-19 ou por fome porque não tem auxílio emergencial. Este governo não tem condição de continuar”, afirmou o secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo.
“A manifestação não acaba aqui. Este é apenas um dos movimentos pra tirar este governo. Subimos mais um degrau neste sentido”, apontou.
O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Elvino Bohn Gass (RS), disse que “foi um dia histórico da retomada das mobilizações para a derrubada de Bolsonaro”. Ele citou uma frase ouvida nos atos pela manhã: “temos medo de morrer, mas temos coragem de lutar”, incentivando quem não pode ir às ruas para fazer a manifestação do seu jeito.
“Nós respeitamos muito. Agora quem a gente não pode mais respeitar é o Bolsonaro”, criticou. Para o deputado, as manifestações de hoje são um reforço para os 130 pedidos de impeachment do Bolsonaro.
A presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindisepe/RS), Diva Costa, alertou para o momento “gravíssimo e trágico” pelo qual passa o país. “Já são quase 460 mil mortes em decorrência da Covid-19 e o presidente Bolsonaro propaga uma política negacionista e genocida”, afirma, destacando que essa política também é seguida pelo governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) e por muitos prefeitos.
“Só com organização e mobilização poderemos derrubar este governo genocida. Não há outro jeito e não há mais tempo a perder”, ressaltou Diva.
O diretor da CUT-RS e do Sindipetro-RS, Dary Beck Filho, frisou que a pauta da mobilização do 29M tem tudo a ver com a luta contra a privatização da Petrobras, pelo preço justo dos combustíveis e em defesa da soberania nacional. “Infelizmente hoje temos um governo que é antinacional, que não gosta sequer do nosso povo. Ao contrário, o incentiva a morrer, por isso nossa categoria entendeu que deveria participar e está aqui hoje”, afirmou.
O petroleiro chamou atenção para o que a CPI da Covid tem mostrado, ressaltando que o governo não é só negligente, mas fez tudo o que fez até agora, como retardar a compra de vacinas, por opção. “Acontece que a cada dia de atraso são muitas vidas que se perdem. Temos toda a clareza da necessidade dessa luta pelo Fora Bolsonaro.”