Israel e Chile já aplicam 3ª dose da vacina, EUA aprovou e Brasil inicia estudos
A disseminação da variante Delta, cepa indiana mais transmissível, que vem ameaçando o fim da pandemia do novo coronavírus no mundo, está levando vários países a discutir a aplicação de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 em idosos e profissionais de saúde. Enquanto isso, no Brasil, o Ministério da Saúde vai iniciar estudos para avaliar a aplicação de uma terceira dose.
Em Israel, onde apesar de 80% da população estar vacinada a variante Delta provocou uma aceleração de novos casos e as autoridades já decidiram aplicar a terceira dose em pessoas com mais de 50 anos de idade, profissionais de saúde, pessoas com fatores de risco graves para o novo coronavírus, presidiários e carcereiros.
O Chile também já iniciou a aplicação da dose de reforço em pessoas que receberam a primeira dose antes de 31 de março. No país, 65% da população já completamente vacinada.
Já nos Estados Unidos, a Food And Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos americana, anunciou que definiu a aplicação de uma terceira dose de vacina em pessoas que têm sistema imunológico enfraquecido. Nos EUA, as vacinas usadas são da Pfizer e da Moderna.
Estudo sobre a terceira dose no Brasil
No Brasil, os pesquisadores vão iniciar estudos sobre a aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19. Eles pretendem verificar o potencial de uma terceira aplicação, que pode ser de qualquer um dos imunizantes em utilização no país: Janssen, Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca ou Coronavac/Butantan.
A pesquisa está sendo desenvolvida pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade de Oxford, e conta com o apoio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).
De acordo com os pesquisadores, todos os selecionados que tomaram as duas doses da Coronavac, terão que tomar mais uma dose. Segundo a Unifesp, a terceira dose só pode ser testada em quem já está com o esquema vacinal completo, portanto, apenas os voluntários que tomaram o imunizante fabricado pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac atendem aos critérios.
Em São Paulo, o secretário da Saúde da cidade, Edson Aparecido, afirmou que a pasta está analisando a aplicação de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 em idosos e profissionais de saúde, que foram os primeiros a tomarem o imunizante.
O secretário reforçou que, por conta da transmissão comunitária da variante Delta da Covid-19 na capital, a prefeitura está discutindo uma maneira mais rápida de iniciar a dose de reforço nos primeiros grupos de vacinados. Ele defendeu ainda que o Ministério da Saúde faça isso em todo o país desde já.
Alguns voluntários vão receber uma dose adicional de uma vacina diferente daquela que ele já tomou antes. Outros vão receber uma terceira dose da CoronaVac. Os 1.200 voluntários vão ser divididos em 4 grupos e, cada grupo, recebe uma dose de reforço de uma única vacina.
No entanto, o secretário afirmou em entrevista à TV Globo que conversou com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no último sábado, mas que uma decisão sobre o assunto só deve ser tomada após a análise de estudos e da imunização completa prevista para toda a população elegível. O governo federal inicia hoje um estudo mais amplo sobre a possibilidade.
No Rio de Janeiro, a aplicação de uma terceira dose de vacina contra a Covid-19 foi anunciada neste domingo (15) pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. O município do Rio vai usar imunizantes da AstraZeneca ou da Pfizer, independentemente da vacina recebida no primeiro esquema vacinal. Quem tomou a CoronaVac terá reforço, portanto, de um imunizante diferente.
O teste de reforço contra a Covid-19 vai acontecer em idosos e a distribuição dessa terceira dose na ilha está prevista para acontecer nos próximos dias.
Na capital do Rio de Janeiro, a variante Delta responde por 45% das amostras analisadas pela Secretaria Estadual da Saúde. No estado, por 26%. A alta taxa de transmissibilidade fez com que o governo suspendesse as aulas presenciais da rede estadual em 36 municípios, pelo menos até sexta-feira (13).
Em São Paulo, apesar de a Delta representar 23,5% das amostras sequenciadas pelo Instituto Adolfo Lutz, o governo paulista mantém seu plano de flexibilização das atividades econômicas.
Vacinação no Brasil
No Brasil, os dados da vacinação contra Covid-19 neste domingo (15) apontam que 114.867.227 pessoas já receberam a primeira dose de vacina. O número representa 54,25% da população brasileira.
A população totalmente imunizada contra Covid no país, aqueles que tomaram a segunda dose ou a dose única de vacinas contra a doença, chegou a 23,43%, com 49.622.252 imunizantes aplicados.
Mortes e novos casos
O Brasil registrou 385 mortes por Covid-19 em 24 horas, totalizando, neste domingo (15), 569.218 vidas perdidas desde o início da pandemia.
No mesmo periodo, foram registrados 13.810 novos contágios, totalizando 20.361.493 brasileiros que estão contaminados ou já tiveram o novo coronavírus desde o início da pandemia.
Fonte: CUT Brasil