“É fundamental a organização dos trabalhadores aposentados”, defende o presidente do SINTAPI/CUT-RS, José Jesus 

Ex-metalúrgico e ex-diretor do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL), José Jesus se aposentou em 2018 e desde então está à frente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos da CUT-RS (SINTAPI/CUT-RS) e defende que a organização da categoria é fundamental na luta por direitos.

Na entrevista desta sexta-feira (14), ele destaca que os trabalhadores aposentados sempre enfrentaram dificuldades, mas que a situação piorou ainda mais após a reforma da previdência, que acabou com a aposentadoria dos brasileiros. Por isso, segundo Jesus, é importante “constituir o SINTAPI como uma entidade forte e capaz de atender as demandas da categoria.”

Leia a entrevista na íntegra: 

Conte um pouco da sua história. Como entrou no movimento sindical?  

Sou Jose Jesus, comecei na metalurgia no ano de 1984, na cidade de Canoas, depois de seis anos vim para São Leopoldo, onde continuei como metalúrgico até a aposentadoria. Com todo meu histórico de metalúrgico, peguei gosto pelo movimento sindical ainda em Canoas, nas grandes assembleias da categoria, puxada pelo nosso senador Paulo Paim, na época dirigente sindical. Até que nos anos 90, fui convidado a participar da diretoria colegiada no Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região, onde a experiência não foi o esperado. Acabei saindo e retornei em 2003, novamente a convite de companheiros sindicalistas, mas dessa vez para formar um novo projeto no regime presidencialista. Desta vez, fiquei até o ano de 2014.

Você está presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos da CUT-RS (SINTAPI/CUT-RS) e já foi da direção do STIMMMESL. Fale sobre essa transição.  

Sim, atualmente estou como presidente do SINTAPI/CUT-RS. Me aposentei em 2018, fui convidado pela diretoria da época a compor a chapa como presidente para dar uma força ao pessoal, que já estavam com certas dificuldades devido a idade. Tanto na direção do Sindicato dos Metalúrgicos como no SINTAPI, a experiência tem sido de muito aprendizado.

Conte um pouco sobre a atuação do SINTAPI? 

Sobre minha atuação junto à diretoria do SINTAPI é para contribuir com o desenvolvimento do trabalho e elevar a condição do Sindicato para ter autonomia. Além de constituir o SINTAPI como uma entidade forte e capaz de atender as demandas da categoria.

Qual a importância dos trabalhadores aposentados e aposentadas se organizarem? 

Já enfrentávamos muitas dificuldades em 2014. Porém, nos últimos anos, as dificuldades aumentaram ainda mais com a reforma da previdência, que acabou com a aposentadoria dos brasileiros. Então vejo como fundamental a organização dos trabalhadores aposentados na defesa dos nossos direitos.

Na tua avaliação, como a sociedade enxerga os trabalhadores aposentados? 

Na minha visão, aposentados, pensionistas e principalmente os idosos, não tem o respeito que sociedade deveria dar aos mesmos, até pelo seu conhecimento e experiência que trazemos na bagagem.

O movimento sindical, como um todo, está muito desacreditado. Como reverter isso? 

Acredito que um pouco deste desacreditado esteja, muito ligado a questão do individualismo construído ao longo dos últimos anos. Mas acredito que a forma para reverter esta situação esteja em chegarmos a construir um diálogo mais franco com a militância e principalmente com a juventude.

Qual a tua avaliação dos ataques que a classe trabalhadora tem sofrido desde o golpe de 2016. Como as reformas trabalhistas e da previdência? 

Com certeza a perda de direitos, o trabalho informal, a precarização do trabalho, em fim todos os nossos direitos que foram retirados com o golpe cumpriu o objetivo de atacar a classe trabalhadora.

Não tua opinião, falta consciência de classe para os trabalhadores? 

Sim, há muita falta de consciência e principalmente, falta união entre os trabalhadores em buscar seus direitos.

Qual o principal desafio do movimento sindical no próximo período? 

Sem dúvida, o maior desafio é derrubar este desgoverno que se instalou no Brasil e construir um projeto que unifique os trabalhadores, trabalhadoras e nossos movimentos sociais.

O que os sindicatos podem fazer para conquistar mais sócios, principalmente os jovens?  

Acredito que este seja o principal desafio do movimento sindical, trabalhar e fazer um trabalho forte junto a juventude.

 Fonte: STIMMMESL

Imagens: Israel Bento Gonçalves

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