Índice de renovação na Câmara Federal é de 44,05%, segundo o Diap
O índice de renovação na Câmara dos Deputados nesta eleição foi de 44,05%, segundo cálculo feitos pelos Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Em números proporcionais, a renovação ficou dentro da média histórica de 45,78% das últimas seis eleições para a Câmara.
Foram eleitos 226 deputados novos e reeleitos 287, de um total de 446 candidatos à reeleição. Ou seja, 64,34% dos deputados que se candidataram foram reeleitos.
A renovação, de acordo com analistas do Diap, pode ser considerada relativa porque houve o fenômeno da circulação de poder com o ingresso ou retorno de ex-deputados federais, estaduais, senadores e além de governadores, prefeitos conhecidos na política.
Quatro eleições tiveram o menor índice de renovação: 1998, 2002, 2010 e 2022. Nesses anos o percentual de renovação na Câmara ficou abaixo de 45%, de acordo com histórico feito pelo Diap. Até então, a eleição com maior número de novos rostos havia sido a de 1990, com 61,82% de renovação.
Esses índices levam em consideração os deputados federais em exercício de mandato sendo titulares, efetivos e os suplentes. A Câmara dos Deputados, diferentemente do Diap, considera todos os deputados que assumiram o mandato em algum momento da legislatura.
Bancadas com maior número de deputados
A Federação PT/PC do B e PV aumentou em 11 o número de parlamentares, de 68 para 79. O PL foi o que mais cresceu, com 23 novos eleitos. De 76 foi para 99. Confira abaixo a variação por partido.
BANCADA ELEITA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS | |||
Partido | Bancada Atual | Bancada Eleita | Variação |
PL | 76 | 99 | 23 |
PT/PCDOB/PV | 68 | 79 | 11 |
UNIÃO BRASIL | 51 | 59 | 8 |
PP | 58 | 47 | -11 |
REPUBLICANOS | 44 | 42 | -2 |
MDB | 37 | 42 | 5 |
PSD | 46 | 42 | -4 |
PSDB/CIDADANIA | 29 | 18 | -11 |
PDT | 19 | 17 | -2 |
PSB | 24 | 14 | -10 |
PSOL/REDE | 10 | 14 | 4 |
PODEMOS | 9 | 12 | 3 |
AVANTE | 6 | 7 | 1 |
PSC | 8 | 6 | -2 |
PATRIOTA | 5 | 4 | -1 |
SD | 8 | 4 | -4 |
PROS | 4 | 3 | -1 |
NOVO | 8 | 3 | -5 |
PTB | 3 | 1 | -2 |
TOTAL | 513 |
Fonte: Diap
O que esperar deles?
Esses números, segundo o Diap, representam de forma geral um futuro Congresso, sendo mais ideológico à direita, mais conservador e mais liberal, quanto a agenda dos costumes e na defesa do Estado mínimo em relação à economia, respectivamente.
Governabilidade de Lula e Bolsonaro
Apesar da maioria do novo Congresso Nacional defender pautas mais conservadoras, reportagem da Folha mostra que Lula eleito num segundo turno, tem chances de governabilidade, já que tem a seu favor 222 deputados, na soma com os demais partidos progressistas.
Segundo a Folha, a coligação pró-Lula (PT, PC DO B, PV, PSOL, Rede, PSB, PROS, Avante, Solidariedade e Agir) tem 120 parlamentares; os com tendência pró-Lula (PSD, MDB e PDT) somam 102, totalizando 222 parlamentares.
A oposição, que não faz parte da Federação do PT, manteve praticamente o mesmo tamanho. O MDB cresceu (de 37 para 42); O PSB perdeu 10 cadeiras (de 24 para 14) e o PSDB perdeu nove de seus 22 parlamentares, caindo para 13.
Por outro lado, o chamado “centrão” estagnou por perder 18 cadeiras na Câmara: PP do atual presidente da Casa, Arthur Lira; dos Republicanos de Marcos Pereira; do PTB de Roberto Jefferson e do PSC do Pastor Everaldo. Entre esses, o PP perdeu mais deputados, de 58 foi para 47 – queda de 11 cadeiras.
Os partidos pró-Bolsonaro (PTB, PSC e Patriota) tem 16 cadeiras. Sua coligação (PL, Republicanos e PP) tem 178 deputados, totalizando 194 – 28 a menos do que os pró-Lula.
Para ter maioria precisaria do apoio de partidos que não têm raiz” bolsonarista” e isto pode ser feito, ao contar com parlamentares de partidos que não se identificam com a extrema direita.
Os partidos que não têm, segundo o jornal, uma tendência nem para Lula, nem Bolsonaro são: União Brasil, PSDB, Cidadania, PMN, DC, Podemos, PRTB, Novo, UP, PSTU, PCB, PCO, PMB. Juntos eles somam 97 deputados federais. O total de parlamentares na Câmara Federal é de 513.
Senado Federal
O PT elegeu 4 senadores, entre eles os ex-governadores Camilo Santana (CE) e Wellington Dias (PI), além de contar com o apoio do ex-governador do Maranhão Flávio Dino (PSB), que também irá para o Senado.
Mais cinco candidatos do PL foram eleitos ao Senado subindo sua bancada para 14. O Republicanos, da coligação de Bolsonaro, também ganhou mais duas cadeiras, indo de 1 para 3 senadores. PP (-1) e PTB (-2) tiveram queda.
Fonte: CUT Nacional
Foto: MARCELLO CASAL JR / AGÊNCIA BRASIL