STIMMMESL marca presença na plenária do Conselho de Sindicatos da FTM-RS
Na sexta-feira (22), a Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS) reuniu cerca de 100 dirigentes de entidades filiadas na plenária do Conselho de Sindicatos, realizada no salão de festas do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL). Dirigentes do STIMMMESL participaram deste que foi último encontro do ano e teve como pontos de pauta a análise de conjuntura, avaliação de 2024, perspectivas para Campanha Salarial 2025 e plano de formação. Após, ocorreu a posse da diretoria para a gestão 2024-2027.
O presidente da FTM-RS, Lírio Segalla coordenou a reunião e iniciou lembrando os desafios de 2024 e enfatizou a enchente de maio, em meio a campanha salarial. “Isso causou uma divisão na nossa categoria, pois haviam empresas com uma boa produção, contratando trabalhadores e outras, debaixo da água”.
Outro destaque do dirigente foi em relação as agendas do próximo período. “Precisamos debater como enfrentar as agendas que estão postas, como o fim da jornada 6×1. Além de pensarmos formas de envolver os trabalhadores da base das nossas entidades e melhorar a representatividade no local de trabalho”, apontou Lírio.
Após, um representante de cada entidade relatou como foi a repercussão da campanha salarial na sua base. A maioria informou que o reajuste de 3,23% conquistado nas mesas de metalurgia, máquinas agrícolas e reparação de veículos ficou aquém do esperado pelos trabalhadores. Vários sindicatos negociaram diretamente com as empresas reajuste melhores.
Na sua manifestação, o presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi abordou a atuação do Sindicato durante a enchente, com o abrigo no ginásio Birgornão para mais de mil pessoas. “Em maio, paramos todo o trabalho sindical porque o mais importante eram ajudar as vítimas dessa tragédia, muitos trabalhadores perderam tudo e puderam contar com o Sindicato. Ainda assim, conseguimos finalizar a campanha salarial em agosto”, relatou.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 89% dos acordos fechados no primeiro semestre conquistaram aumento real. “Pela primeira vez, não estávamos neste percentual e isso causou um mal-estar entre nós. Por isso, precisamos ver o que erramos porque começamos a campanha em alta”, afirmou o secretário de Finanças da Federação, Milton Viário.
Na opinião dele, o salário do trabalhador deixou de ser fixo e passou a ser variado, devido aos ganhos com vale alimentação e PLR, por exemplo. “Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que baliza a nossa pedida não reflete o aumento na cesta básica e isso impacta diretamente o trabalhador”, ponderou Milton.
Após, o secretário de Formação da FTM-RS, Paulo Chitolina falou sobre os planos da pasta para o próximo período, com um investimento massivo na formação dos metalúrgicos da CUT-RS, inclusive com curso superior. “Vamos ter cursos de 100, 200 horas para dirigentes cipeiros, formação em comunicação, formação, mulheres e formação de formadores. A ideia é iniciar na região metropolitana e na sequência, ampliar para os sindicatos do interior”, contou.
Na abertura da plenária, a vice-presidente da FTM-RS, Eliane Morfan agradeceu a presença de todos, principalmente das mulheres metalúrgicas. “Nunca tivemos uma participação tão grande das trabalhadoras numa reunião do Conselho”, disse.
O metalúrgico e Secretário-Adjunto de Relações Internacionais da CUT Nacional, Quintino Severo destacou o momento como muito importante, devido a luta da Federação, os desafios colocados e a inserção no macrossetor da CUT. “Sem dúvida, é um momento que nos ajuda a refletir e pensar as próximas lutas para que tenhamos o êxito que os metalúrgicos sempre tem.”
Posse da diretoria
Após a plenária, foi realizada a posse da diretoria da Federação, eleita em 13 de junho. Os diretores do STIMMMESL: Rogério Bandeira Cidade, Ailson do Nascimento, Eduardo da Costa Ribeiro e Lucas Cantos integram a diretoria da FTM-RS.
O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira declarou que “muitos movimentos importantes foram os trabalhadores que puxaram e não os sindicatos”, ao se referir ao debate do fim da jornada 6×1. “A CNM/CUT está defendendo o 6×1 com 36 horas de trabalho e há um sentimento de que é possível fazer a redução da jornada para 36 horas. Não podemos duvidar do poder de luta da classe trabalhadora e não podemos deixar passar essa geração sem essa conquista. É o nosso dever”, acredita o dirigente.
Ao empossar os diretores eleitos, o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci abordou o momento gravíssimo no Brasil com a tentativa de golpe. “Isso é promovido pelos mesmos q armaram contra a Dilma, que aprovaram as reformas, trabalhista e da previdência, que foram para a frente dos quartéis… Precisamos estar atentos ao mesmo tempo que discutimos a redução da jornada, pois não queremos que o trabalhador cumpra 12 horas em 4 ou 5 dias na semana”, ponderou Amarildo.
Presidente eleito para mais um mandato, Lírio recordou que entrou para o movimento sindical com 23 anos. “Hoje, com 60, é muito bom encontrar pessoas que sempre na luta por um futuro melhor, justo e igualitário. E é importante percebemos que as coisas estão mudando, talvez não no tempo que gostaríamos, talvez não vamos ver essa sociedade que tanto almejamos, mas estamos fazendo parte dessa mudança”, afirmou.
Lírio também destacou o simbolismo que tem a Federação ter como presidente um homem preto e como vice, uma mulher. “Se referem a nós como minoria, porém em números somos a maioria no Brasil e ainda assim, somos de fato, minoria, nas oportunidades. Por isso, precisamos seguir pensando num país melhor e justo para todos. E tenho muito orgulho de ser metalúrgicos, de construir esse futuro aqui na Federação”, concluiu.
Fonte: FTM-RS
Fotos: Renata Machado e Divilgação (STIMMMESL)