Enquanto RS cria 2.386 empregos, Brasil perde 74.748 em outubro, aponta Caged
Em outubro, o Rio Grande do Sul gerou 2.386 vagas formais de trabalho, enquanto 74.748 foram fechadas no país, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Ministério do Trabalho.
A perda de empregos ficou abaixo da registrada em outubro de 2015, quando houve fechamento de 169.131 vagas. No acumulado do ano, o Caged contabiliza 751.816 postos a menos. Nos últimos 12 meses, o país acumula 1,5 milhão de postos de trabalho suprimidos.
Os setores que tiveram as maiores perdas de vagas formais foram construção civil (-33.517 postos), serviços (-30.316 postos) e agricultura (-12.508 postos).
Apenas o setor do comércio apresentou saldo positivo no mês passado, com criação de 12.946 postos de trabalho. A indústria da transformação, que havia apresentado saldo positivo em agosto e setembro, fechou 5.562 vagas em outubro.
As perdas mais significativas de vagas foram registradas em São Paulo (-21.995 postos) e no Rio de Janeiro (-20.563). As unidades da Federação que mais geraram empregos foram Alagoas (5.832), Rio Grande do Sul (2.386), Sergipe (1.932 postos) e Santa Catarina (1.267 vagas).
Divulgado desde 1992, o Caged apura o estoque de vagas formais de emprego no país calculando a diferença entre contratações e demissões. Os dados são levantados com base em declarações enviadas pelos empregadores ao Ministério do Trabalho.
Trem parado
O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, afirma que a ideia de que a economia voltaria a crescer após a crise política não prosperou. “Esperava-se que a fada da confiança atuasse. Contudo, o trem da economia continua parado ou em marcha à ré. O motor das locomotivas permanece desligado e o freio-de-mão, puxado”, diz. “Já são seis trimestres em recessão e o terceiro e o quarto trimestre de 2016 também serão negativos, carregando muitos problemas para o ano que vem.”
Para que o empresário produza e invista, é preciso haver demanda, observa Clemente. “Quem garante a demanda? O mercado interno e/ou as exportações, ou seja, o mercado interno de outros países. E o mercado interno é formado pela capacidade de compra das famílias, em grande parte determinada pelo emprego, pelos salários e crédito.”
Ele chama a atenção e manifesta preocupação com as possíveis “soluções” apontadas pelo governo: “colocar o país à venda” e “fazer um brutal ajuste do tamanho do Estado”. E conclui: “Essa solução destruirá a capacidade do país de sustentar o desenvolvimento econômico soberano, condição para uma integração internacional virtuosa”.
Fonte: Agência Brasil e Rede Brasil Atual