Dilma na Marcha das Margaridas: ‘eu envergo, mas não quebro’

Com citação do cantor Lenine, presidente manda recado a quem defende o impeachment: "Celebro os bons momentos da vida. E nos maus tempos da lida, eu envergo, mas não quebro"

A presidente Dilma Rousseff mandou um recado aos opositores nesta quarta-feira (12), ao citar o cantor pernambucano Lenine durante discurso no encerramento da 5ª Marcha das Margaridas.

"E em noite assim como esta, eu cantando numa festa, ergo o meu copo e celebro os bons momentos da vida. E nos maus tempos da lida, eu envergo mas não quebro", recitou a presidente, trocando "noite" por "tarde".
 
Durante sua fala, Dilma assegurou avanços para as trabalhadoras do campo até o final do mandato, em 2018, e ouviu gritos de "não vai ter golpe" das participantes do evento, que marcharam hoje por Brasília em defesa da democracia e do resultado das urnas em 2014.
 
"A mesma parceria que propiciou e assegurou os avanços alcançados nos últimos quatro anos irá orientar até o final do meu mandato em 2018. Reafirmo nossa disposição de continuar dialogando para que possamos encontrar alternativas para avançar", declarou Dilma.
 
"Eu continuarei trabalhando incansavelmente para honrar e realizar os sonhos que vocês depositam em mim e no meu governo. Nós não deixaremos que haja retrocessos. Nós, margaridas, não permitiremos que ocorra qualquer retrocesso nas conquistas sociais e democráticas do País," garantiu.
 
A presidente anunciou para as trabalhadoras rurais, no encerramento da Marcha, no Estádio Mané Garrincha, a ampliação do número de serviços especializados de atenção à mulher no meio rural. "Estamos lançando uma mobilização nacional de proteção integral à saúde da mulher do campo", disse.
 
Mais cedo, nesta quarta, Dilma afirmou que o Brasil, "para ter respeito internacional, precisa respeitar as urnas."

A Marcha

Mais de 70 mil pessoas participaram da 5ª edição da Marcha das Margaridas, que é considerada a maior manifestação de mulheres em todo o mundo. Nesta manhã, elas coloriram a capital federal de lilás, numa grande caminhada entre o Estádio Mané Garrincha, passando pela Esplanada dos Ministérios, até chegar ao Congresso Nacional.

Lá, virando as costas para o Parlamento, as trabalhadoras protestaram contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, condenando sua postura em relação à pauta do Legislativo.

Elas vieram de todas as regiões do país

Milhares delas chegaram a viajar por até três dias de ônibus de vários pontos do país, trazendo energia, esperanças, filhos e maridos para protestar e defender direitos das trabalhadoras rurais. Com seus chapéus de palha enfeitados com flores, algumas em cadeira de rodas, percorreram cerca de cinco quilômetros entre o Estádio Nacional Mané Garrincha e a Praça dos Três Poderes, onde realizaram ato político no Senado, com a presença de parlamentares.
 
A maioria das Margaridas já estava desde a véspera em Brasília, participando na noite de terça-feira da solenidade de abertura, que contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
A Marcha das Margaridas, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura com apoio da CUT e de dezenas de entidades sindicais e do movimento social, acontece desde 2002, sempre no mês de agosto, para lembrar Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (Paraíba), assassinada em 12 de agosto de 1983, e a luta das mulheres trabalhadoras no Brasil e no mundo.

Fonte: Brasil 247, CUT e Rede Brasil Atual

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