Plenária da CUT-RS avalia pesquisa e decide ampliar mobilização para greve geral de 30 de junho
Dirigentes do STIMMMESL participaram da reunião
A recente pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Social e Acessibilidade (Ipesa) e encomendada pela CUT-RS, apontando que 82,6% dos gaúchos querem eleições diretas já e a maioria é contra as reformas da Previdência e trabalhista, foi avaliada na plenária estadual da CUT-RS, realizada na tarde de segunda-feira (12), no auditório do Sindipolo, no centro de Porto Alegre.
Foi definido que esses resultados serão utilizados para ampliar a mobilização para a greve geral de 30 de junho para barrar essas reformas, exigir a saída do presidente ilegítimo de Michel Temer (PMDB) e a convocação de eleições diretas já. O encontro reuniu dezenas de dirigentes sindicais de variadas categorias de diversas regiões do Estado.
Maioria é contra propostas de Temer e Sartori
Conforme a pesquisa, 71,3% dos entrevistados são favoráveis às manifestações de rua, o “Fora Temer”, 72,4% são contra a reforma da Previdência e 62,4% se posicionam contrários à reforma trabalhista. Esses dados são parecidos com os da pesquisa realizada pelo Vox Populi, contratada pela CUT Nacional e feita no começo deste mês.
A consulta revela também que 67,6% dos entrevistados são contra a venda de empresas públicas: CEEE, Sulgás, Companhia Riograndense de Mineração (CRM), Corsan, Banrisul, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobrás. Os números se opõem à política dos governos do PMDB, que querem retomar as privatizações. Além disso, a nota média do governador José Ivo Sartori – de 0 a 10 – ficou em apenas 3,5.
O levantamento, apresentado pelo secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr, mostra que “a maioria da população está do nosso lado, apesar de todas as propagandas enganosas do governo e da manipulação da mídia tradicional, que esconde as maldades dessas reformas”.
A pesquisa foi realizada de 23 a 27 de maio em 63 municípios das sete mesorregiões do Rio Grande do Sul, tendo sido entrevistados 1.503 eleitores (54,9% mulheres e 45,1% homens), entre empregados e desempregados de diferentes idades, faixas etárias, escolaridade e renda familiar.
Parar o Brasil para enterrar as reformas
“Temos que começar preparando os trabalhadores para a greve geral, como fizemos por ocasião do movimento de 28 de abril. Para tanto, os sindicatos devem realizar assembleias, debates e reuniões nos locais de trabalho, onde for possível”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
“Queremos parar o Brasil para enterrar as reformas. Hoje existe muita incerteza na conjuntura. O jogo está aberto. Há indícios de que a reforma da Previdência irá à votação em agosto. Já a reforma trabalhista pode ser votada nas comissões do Senado até o próximo dia 28 e depois irá ao plenário. Precisamos orientar os trabalhadores a ocupar as ruas para virar esse jogo”, enfatizou.
Tirar a greve da clandestinidade
A plenária definiu um conjunto de ações para dialogar com os trabalhadores e a sociedade para romper o bloqueio da mídia golpista. “Temos que tirar a greve geral da clandestinidade e criar um clima favorável ao movimento na população”, afirmou Claudir.
Nesta segunda-feira foram impressos milhares de exemplares do novo jornal da CUT-RS, além de um adesivo chamando a greve geral, cuja distribuição já começou. Nesta terça (13) será realizada, às 18h, uma reunião das centrais sindicais com os movimentos sociais e comunitários, no auditório do Simpa, para ampliar o movimento. E nesta quarta (14), véspera do feriadão, vamos realizar uma panfleteação, a partir das 16h, na Estação Rodoviária de Porto Alegre.
Na próxima terça (20) será realizado um Dia Nacional de Mobilização, com manifestações e panfletagens em diversas cidades do país. “Será um esquenta para a greve geral do dia 30”. Em Porto Alegre, haverá um mutirão, às 5h, no Aeroporto Internacional Salgado Filho, e as centrais sindicais estão construindo com os demais movimentos um grande ato, às 17h, na Esquina Democrática.
Golpe é vingança das elites
O presidente da CUT-RS advertiu que o golpe “é a vingança das elites brasileiras para impor um retrocesso civilizatório, pois vínhamos conquistando direitos há alguns anos”. Para ele, “a nossa luta por eleições diretas é fundamental neste processo para evitar o golpe dentro do golpe”, alertou.
A secretária de Finanças da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, destacou a atuação da Frente Brasil Popular. “Foi um período de protagonismo do movimento sindical, agora estamos no momento de ampliar ainda mais a articulação com os movimentos sociais e intensificar a resistência nos espaços em que isso ainda não está consolidado”, disse.
De acordo com ela, é preciso que os Comitês Sindicais e Populares contra a Reforma da Previdência, organizados em vários municípios, realizem plenárias para referendarem a greve geral, com a participação dos movimentos sociais. “Ampliar o debate com todos os setores da sociedade é importante, não só para garantir a paralisação, mas para que todos compreendam o que está em jogo”.
Vitalina recordou que “desde 2016 estamos trabalhando na perspectiva de construir a greve geral e ela foi exitosa em 28 de abril”. Agora, ela aponta dois desafios para vencer: realizar uma greve ainda maior no dia 30 e trazer novos atores para a resistência. “Temos a sociedade favorável às nossas pautas, como mostra a pesquisa e, por isso, não há como recuar”, assegurou.
Denunciar os inimigos dos trabalhadores
O secretário geral adjunto da CUT-RS, Amarildo Cenci, frisou a importância dos comitês na paralisação de 28 de abril. “Onde teve movimentos articulados, aconteceu a greve geral. Por isso, precisamos potencializar esses espaços para trazermos novos atores”, reforçou.
Outro ponto destacado por Amarildo é a continuidade da denúncia dos deputados gaúchos, que votaram a favor da reforma trabalhista, nos seus redutos eleitorais. “Esses parlamentares foram eleitos com os votos da população e agora precisamos carimbá-los como inimigos dos trabalhadores para não sejam reeleitos em 2018”, salientou.
Fonte: CUT-RS