Sindicato realiza assembleia na Stihl para divulgar os ataques da patronal

Após duas rodadas de negociação com a patronal, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região está percorrendo as fábricas da base para divulgar as propostas descabidas dos patrões. Nesta sexta-feira (19), foi a vez dos trabalhadores e trabalhadoras da Stihl atrasarem a pegada do turno da manhã e conhecerem o descaso da entidade patronal.

 

“Essa é a hora de mostrar a nossa força na mobilização, pois quem constrói o nosso sindicato forte são os trabalhadores. E vocês aqui parados, nos escutando, estão dando uma demonstração de grandeza”, disse o presidente do Sindicato, Valmir Lodi, que coordenou a mobilização desde às 5h da manhã.

 

Mesmo reivindicando para o reajuste apenas o percentual do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) acumulado do período, de 9,49%, o Sindicato tem enfrentado a intransigência dos empresários. A patronal propôs pagar esse índice parcelado e apenas a partir do mês que fechar a Convenção Coletiva de Trabalho (ou seja, não ser retroativo a data-base, 1º de julho), implantar o banco de horas individual, congelar o quinquênio e limitar o reajuste aos trabalhadores que tenham um salário de até R$ 2.500,00.

 

Para Lodi, a proposta da patronal é uma afronta. “Ninguém aqui vai aceitar retrocesso e retirada de direitos. Diversas bases metalúrgicas estão em greve, como Canoas, se for necessário vamos parar de produzir aqui também, mas não vamos aceitar esse desrespeito com quem produz a riqueza das empresas”, garantiu ele.

 

Negociação

Os diretores da entidade, Ademir Maia Coito e Ailson do Nascimento que acompanharam a reunião com o sindicato patronal relataram como foram as negociações até aqui.

 

“A patronal só apresentou uma proposta na segunda reunião e foi essa atrocidade. Na primeira reunião ficaram de deboche e piadinhas. Mas se eles não recuarem, nós vamos parar a produção. Por isso, é muito importante termos consciência de classe neste momento, pois só a nossa unidade vai reverter esse ataque”, falou Ademir.

 

Já Ailson lembrou que a Fiergs defende a flexibilização e modernização da CLT. “Isso dá a linha para os sindicatos patronais e o que eles querem é retirar direitos para lucrarem mais”, acredita.

 

Dirigentes da fábrica

Os trabalhadores da Stihl que são dirigentes sindicais também deram o seu recado para os companheiros. Júlio Cesar da Silva, integrante do Conselho Fiscal do Sindicato, declarou que a campanha salarial é um momento muito importante para a categoria e de unidade dos trabalhadores.

 

O tesoureiro do STIMMMESL, Gerson Mattos, lembrou que a choradeira dos empresários já é tradicional. “Todos os anos é a mesma coisa, porém como estamos em um momento de golpe, o ataque aos nossos direitos será ainda maior. Precisamos estar unidos”, disse.

 

Já o diretor Cristiano Jacques relatou que a Stihl já reduziu inúmeros benefícios e achatou salários. “A pressão aos trabalhadores dentro da fábrica é muito grande. Os patrões só falam em retirar direitos, mas no salário deles, não mexem.”

 

Apoio

Secretário de Política Sindical da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira informou o andamento das campanhas em todo o Brasil e destacou a ofensiva do empresariado. “A Confederação Nacional das Indústrias elaborou uma lista com 101 propostas para desenvolver a economia, que eles definem como modernização da CLT”, contou ele, explicando que entre os itens está o parcelamento do 13º salário, o aumento da jornada de trabalho, outro formato de férias, acabar com a política de valorização do salário mínimo, entre outros ataques.

 

Para o dirigente, isso se reflete nas campanhas salariais de todo o país, já que as entidades patronais se baseiam nestas propostas e por isso, a campanha será bastante árdua. “Mas não aceitaremos retirada de direitos. Contem com os metalúrgicos de todo o Brasil, contem a CUT”, afirmou Loricardo.

 

Representantes dos Sindicatos de Metalúrgicos de Novo Hamburgo e de Canoas participaram do ato e contaram como está a mobilização nestas bases, salientando que os metalúrgicos de Canoas estão em greve desde o dia 26 de julho.

 

Até agora, já foram realizadas assembleias de divulgação da pauta patronal na Gedore, DCJ e Projelmec.

 

Fonte: STIMMMESL

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