Metalúrgicos da CUT reforçam pressão contra aprovação da reforma administrativa

A luta contra a reforma administrativa (PEC 32/2020) no Rio Grande do Sul ganhou um importante reforço. Nas primeiras horas da manhã da última sexta-feira (24), a CUT, centrais e sindicatos estiveram em frente à Ferramentas Gedore, uma indústria metalúrgica de São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, para conversar com os trabalhadores sobre os efeitos nocivos que a PEC, se aprovada, terá sobre os usuários dos serviços públicos.

A manifestação aconteceu em parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e teve como objetivo fortalecer a participação dos trabalhadores do setor privado na luta contra a PEC 32.

Houve distribuição de panfletos e do gibi do pesadelo da reforma administrativa que explicam os ataques contidos na PEC 32, lembrando que ela irá prejudicar não apenas os servidores públicos, mas todos os trabalhadores e as trabalhadoras que acessam serviços como o Sistema Único de Saúde (SUS) ou as escolas públicas.

Após a panfletagem em frente à Gedore, os sindicalistas continuaram a atividade na estação da Trensurb de São Leopoldo, ampliando o diálogo com a população. Além disso, reforçaram a denúncia do desemprego e da pobreza crescentes no país por causa da política do governo Bolsonaro.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, Valmir Lodi, criticou a aprovação da reforma administrativa na comissão especial: “Eles tiram o direito dos trabalhadores na calada da noite e o trabalhador não fica sabendo. Por isso, o nosso papel é trazer as informações e debater com os trabalhadores”.

O secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo Oliveira. também denunciou as maldades da PEC 32. “Dizer que vai enxugar o Estado para que o setor privado possa fazer investimento não é verdade”, destacou.

“Disseram que a reforma trabalhista ia aumentar os empregos, e está aí a demonstração do que aconteceu: o número de desempregados no Brasil. Aliás, não é possível com essa quantidade de desempregados querer fazer uma reforma administrativa que vai dificultar o acesso desses desempregados aos serviços públicos”, acentuou Loricardo.

O metalúrgico Alexandre Rocha, entrevistado em reportagem do Seu Jornal da TVT, lamentou que, “embora a maioria das empresas ofereça convênio médico, o trabalhador necessita do SUS, não consegue bancar um plano médico e migra para o SUS. Educação, também, o trabalhador usa a educação pública. Esses são alguns dos serviços mais afetados. Fora os outros: qualquer serviço público os trabalhadores usam”.

O diretor do Sintrajufe-RS Paulo Guadagnin participou da mobilização. “Essa atividade na entrada da fábrica da Gedore e na estação da Trensurb de São Leopoldo foi um importante e necessário diálogo dos sindicatos com os trabalhadores do setor privado, que são especialmente atingidos com o desmonte dos serviços públicos”, disse.

Para ele, “a atividade teve expressiva participação de entidades, como o 14° Núcleo do CPERS, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, o Sindicato dos Professores Municipais de São Leopoldo e o Sindicato dos Municipários de Estância Velha. Essa ampla participação demonstra o que a direção do nosso sindicato vem construindo desde o início deste movimento: a necessidade da mais ampla unidade da classe trabalhadora para termos força para derrotar a PEC 32”.

 

Assista à reportagem do Seu Jornal da TVT

 

 

Fonte: CUT-RS com Sintrajufe-RS e TVT

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