Brasil crescerá a um ritmo superior a 4,5% em 2013, diz chefe do BC
"De acordo com estimativas do próprio mercado, uma visão com a qual eu compartilho, no quarto trimestre de 2012 o Brasil estará crescendo a um ritmo de 4% na comparação com igual período de 2011. E crescerá acima de 4,5% no primeiro semestre de 2013, na mesma base de comparação", disse o presidente do BC.
Segundo ele, os elementos que darão sustentação à essa melhoria do ritmo de crescimento do país serão a continuidade da geração de emprego e renda, além de impulsos já introduzidos na economia. Para o presidente do BC, os efeitos dessas medidas ainda não se manifestaram plenamente.
Tombini também afirmou haver um processo de "contínua expansão moderada do crédito" e "espaço para ampliação do consumo".
"É exatamente o consumo que dará propagação ao crescimento, incentivando a realização de novos investimentos privados, os quais darão suporte ao crescimento sustentável nos próximos anos", sustentou o presidente do BC.
Ele disse que a inflação seguirá em declínio e em direção à meta de 4,5% e ressaltou o processo de desinflação que vem ocorrendo desde o segundo semestre do ano passado. "É fundamental destacar, neste momento, que a inflação e a seguir em declínio, a se deslocar na direção da trajetória de metas.
As avaliações do presidente do Banco Central foram feitas nesta terça-feira durante discurso na comemoração de 15 anos da revista IstoÉ Dinheiro, em São Paulo.
Ao se referir à economia internacional, Tombini reforçou a visão da autoridade monetária de um cenário de longo prazo com crescimento baixo nos principais blocos. "Isso representa para o Brasil um impacto de neutro para desinflacionário", disse.
Tombini também lembrou que o Brasil convive com um patamar de juros menor do que o praticado há alguns anos. "Aos poucos, começamos a observar uma mudança na estrutura de curvas de juros de médio e longo prazos", comentou.
O outro lado dessa mudança, observou o presidente do BC, é que "esse novo ambiente exigirá atenção redobrada dos participantes do mercado na assunção e gerenciamento de riscos."
PIB cresceu 0,2%
No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,2% no primeiro trimestre do ano em comparação com os últimos três meses de 2011.
Embora a expectativa seja de que a economia brasileira consiga ganhar algum ímpeto no segundo trimestre, o lento ritmo da atividade preocupa o governo e os agentes econômicos, principalmente depois do anúncio pelo IBGE do fraco crescimento entre janeiro e fevereiro, abaixo das expectativas.
A equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já abandonou a previsão inicial de crescimento de 4,5% do PIB para este ano e fala em algo em torno de 3%. O mercado é mais pessimita e projeta uma expansão neste ano abaixo dos 2,7% vistos no ano passado. No último relatório Focus do Banco Central, analistas reduziram a previsão de crescimento do PIB em 2012 pela sexta semana seguida, para 2,3%.
Fonte: UOL